É possível existir um sistema
político democrático sem políticos profissionais como temos hoje? É possível
isso que chamam de democracia direta, sem intermediários ou representantes?
É muito fácil dizer que não,
porque daria muito trabalho imaginar e mais ainda implantar um modelo
totalmente novo. Mas, você não acha que já passou da hora de tratar desse
assunto?
Políticos, partidos e parlamentos
são as instituições mais desacreditadas pela população. É um modelo falido,
ineficiente, incompetente, corrupto. Então, que tal tentarmos imaginar uma
alternativa? Ou pelo menos permitir o exercício intelectual.
De fato, se estivéssemos em 1980,
não teríamos instrumentos para propor uma participação direta do cidadão na
gestão da coisa pública. Mas, hoje, em 2014, vivemos um desenvolvimento tecnológico
que abre perspectivas ilimitadas para todas as áreas. Por que não na concepção
de novos modelos políticos? Esse nosso tem uns dois mil anos de vida. Talvez
esteja na hora de ser aposentado.
O que proponho a seguir não é uma
ideia acabada, é mais uma provocação.
O “Legislativo” será gerenciado por
uma pequena equipe de profissionais concursados. Ocupam cargos por mérito e não
pelo voto. O cidadão interessado vai se cadastrar em Câmaras Temáticas, por
assunto ou região. E num ambiente de rede, as propostas serão elaboradas e
decantadas até se chegar num texto aprovado pela maioria dos cidadãos
cadastrados naquela Câmara.
O “Executivo”, da mesma maneira,
terá Gestores, técnicos concursados, para administrar a vida do país. Do mesmo
modo, suas deliberações terão que ser amparadas pela Legislação ou por decisões
tomadas nas Câmaras Temáticas Executivas que operam também em rede, com
cidadãos cadastrados.
E assim, extinguimos partidos e
políticos, esses dinossauros da vida pública. O cidadão discute e decide em
rede. Aí sim, o voto de cada um terá peso e criará muita dificuldade para a
corrupção.
A sociedade veria nascer sem
limites, Grupos de Influência, defendendo este ou aquele ponto de vista, mas
sem o poder e o dinheiro. Apenas princípios ideológicos, a essência de
partidos.
Não sei se é plausível ou se é
viável. Mas quero apenas que em 2.514 dC, saibam que a quinhentos anos atrás,
alguém imaginou um mundo que não seja controlado por gente que quase ninguém
gosta nem confia. A política sem políticos.