. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Opinião disfarçada de notícia, by Gueminho Bernardes
26 de outubro de 2008
TEM QUE ACABAR
Foi na campanha de 96 (Tarcísio x Custódio), que tive meu primeiro contato com um marketeiro político. Seu nome era Cacá Moreno, verdadeira lenda para os políticos daqui. Cacá tinha percepção e métodos - nem todos aprováveis - para fazer milagres numa campanha.
As campanhas já foram mais violentas. Havia muito confronto físico, tiros, quebradeira e até mortes. Em alguns lugares onde a sociedade vive às margens da lei (sertão nordestino, sul do Pará e Rio de Janeiro), ainda se decide pela bala.
Porém, acho que a entrada dos marketeiros trouxe um gigantesco grau de degradação para as campanhas e em conseqüência para os políticos e a política.
Eles tratam a eleição como um produto comercial qualquer, onde vale tudo para vender seu peixe. E criam uma cadeia que une o candidato e seus financiadores. Marcos Valério (que hoje divide a mesma prisão com Alexandre Nardoni, Lindemberg e os Cravinhos) é a expressão clara dessa relação deplorável.
As campanhas ficaram absurdamente caras e como conseqüência, surgem incríveis esquemas de corrupção que servirão para pagar o investimento feito pelos patrocinadores.
As grandes empresas acompanham de perto o desempenho dos candidatos e o dinheiro flui na medida em que os números das pesquisas são favoráveis. O bordão comum é "não se pode salgar carne podre".
Daí, comprar votos em abundância, criar boatos, inventar pesquisas e coisas assim, são apenas a ponta da lança que fere a dignidade e a integridade da política.
Hoje me preocupa mais como vai ganhar do que quem vai ganhar. Independente do resultado é preciso promover uma profunda reforma política que pense - como acabar com - esse submundo criado nas campanhas.
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Infelizmente ganhou quem não deveria!
ResponderExcluirVamos ficar oito anos com essa abelha no ouvido!!
uma pena!!!
OPINIÃO: 2º TURNO, FINAL DA APURAÇÃO EM JF.
ResponderExcluirFinal da apuração em JF, uma disputa acirrada entre os candidatos petista e tucano.
Durante a semana, eu dizia que se o tucano ganhasse não me seria nenhuma surpresa.
Não é surpresa porque volto a afirmar que os velhos métodos de manipulação das massas continuam vivos e infelizmente são eles que decidem uma eleição.
Contratação de atores em propagandas, pagamento de propinas e compra de votos, manipulação de pesquisas, promessas mirabolantes de obras com eficácia duvidosa, apadrinhamento de forças políticas em busca de influência para eleições posteriores nas quais deveriam representar o povo em geral, contratação de pessoas para fazerem o uso da fofoca e da difamação substituindo a discussão política que aliás quase não se viu, atuação de atores teocráticos que continuam a espalhar a perversidade, o uso do marketing e do dinheiro do empresariado a fim de confeccionar várias propagandas midiáticas e notícias torpes nas quaiso consciente coletivo é manipulado.
Bom, muitos falaram acerca de uma suposta "festa da democracia", eu digo que se o Brasil é um país democrático, então eu repudio, como estudioso da sociedade a chamada democracia, que mais se parece com uma "DEMO-cracia", já que instala uma ditadura ainda mais perversa, a do capital, que exclui a maioris das pessoas.
O que aprendemos com isso?
Que ainda temos muito o que trabalhar para a educação, formando seres capazes de pensar por si, em uma análise crítica da sociedade e conseguindo identificar todas as ideologias que nos cercam, em uma sociedade de classes onde existem dominantes e dominados.
Somente assim, a população poderá exercer a tão comentada cidadania, ao irem às urnas que aliás, poderiam se tornar um instrumento de luta na luta de classes.
Como professor e lidando com diversos tipos de pessoas e pensamentos, é isto que posso dizer.
O que esperar para o futuro?
Como cidadãos juizforanos, esperamos que o candidato eleito faça o melhor trabalho possível e que possa representar toda a sociedade, além das ideologias partidárias que a história nos mostra serem agentes de classes privilegiadas e que todas as promessas de campanha se tornem em ações que realmente atinjam o resultado esperado, que é o benefício de toda a sociedade.
A luta por um futuro melhor continua...
Luciano Costa