No debate na Globo antes do primeiro turno, a presidanta Dilma enchia o peito para proclamar que o Bolsa Família atinge
56 milhões de brasileiros. Ela e seu marqueteiro João Santana, sabem que esse
tema está no núcleo que vai decidir as eleições, porque trata-se de uma
multidão que entra em pânico com a possibilidade da perda do benefício.
Ontem, porém, quando ouvi a menção dos números, em mim a
informação teve efeito contrário. Fiz contas rápidas e observei que o que se está
dizendo é que 25% da população pertence a famílias com renda per capta inferior
a R$ 77,00.
Sustentar uma família com R$ 300,00 eu chamo de miséria. Não
me interessa se a ONU, o MDS ou a FAO inventaram critérios retóricos diferentes
de classificação.
Ora, imaginando uma família com quatro pessoas que ganham,
cada uma, menos de R$ 77,00, esse núcleo percebe menos de R$ 300,00 por mês.
Recebendo o Bolsa Família, a renda deles dobra para R$ 600,00 (na melhor das
hipóteses). Melhor que nada? Claro!
Mas o que está se admitindo é que lidamos com uma massa de
56 milhões de pessoas em extrema pobreza, o que é muito conflitante com o
discurso do governo de redução da miséria. Mais ainda quando Dilma promete que “se
for reeleita, vamos ampliar o número de assistidos”.
O plano então é aumentar a cobertura sobre os miseráveis e
não, acabar com a pobreza?
Lógica cruel. Assim, sempre terão uma massa de eleitores que
a cada quatro anos perde o sono imaginando o que será de suas vidas desgraçadas
se a oposição for eleita e acabar com a esmola que o governo generosamente lhes
concede todo mês.
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