Você me encontra também no Facebook e no Twitter

15 de maio de 2008

QUAL O MAIOR PRAZER DO ARTISTA?



Já houve tempo em que a grande conquista era uma bela refeição e uma cama quente. Nossos ancestrais corriam de castelo em castelo trocando diversão por alimento. Por isso, o artista - particularmente de teatro - quando pode, come muito.

Hoje em dia, muitos se lançam na carreira atrás da fortuna ou da fama efêmera.

Mas ainda resiste em muitos espíritos a satisfação que vem do aplauso, do reconhecimento. Para mim, não há recompensa maior que a onda de energia que emanou daquelas 1.800 pessoas que lotaram o Central no último domingo. O prazer de proporcionar prazer. Como aquele cozinheiro que prepara uma bela refeição e vê as panelas vazias, os pratos limpos e os rostos brilhantes de se fartarem.

Assim me senti ao ler a carta que uma certa Andrezza mandou ao Jornal Panorama, que publico aqui na íntegra.

È isso que dá sentido e ânimo ao nosso trabalho.

FUNÇÃO SOCIAL DO TEATRO

"É. Acho que o "grito da Marília" fez eco em Juiz de Fora. No fim de semana, assisti, no Cine-Teatro Central, a uma comédia intitulada "Tropa de Elite - Operação Pasárgada".
O que vi foi um teatro LOTADO, representando ali a indignação de um povo envergonhado, que, de uma certa forma, sentia naquele grupo de atores um porta-voz de toda uma população ofendida e desrespeitada.
Esse grupo, com muita inteligência e sensibilidade, utilizou o dom que Deus lhe deu para exercer o seu direito de cidadão e poder gritar toda a corrupção que esse prefeito tem feito em sua vida pública na cidade.
Sentimos que eles traduziram, de forma clara, a dor de quase 500 mil pessoas.
Obrigada, TQ! Vocês cumpriram com muita dignidade a função social que o teatro deve ter."


Andrezza Soares de Souza
Jornal Panorama, 15 de maio de 2008


VOU DE TÁXI II

Quarta-feira, quase oito da noite e cansado pego um táxi para chegar logo em casa.
Fico impressionado com a facilidade que algumas pessoas abrem as coisas mais íntimas de suas vidas. Assim, o motorista perguntou para onde íamos, respondi "Bandeirantes" e bastou isso pra ele engatar uma terceira: "Eu morei no Bandeirantes, mas mudei pra Santa Luzia porque me separei da minha mulher".

E daí, ladeira abaixo na banguela, fiquei sabendo que ele ficou casado 25 anos, que teve dois casamentos, que a ex-mulher o tinha levado na justiça por causa da pensão e que ele era pai do maior jogador brasileiro na Ásia - que eu não lembro o nome. Chorou a mágoa de não ser amparado pelo filho rico porque a ex-mulher o deixou mal na fita.

Não demorou pra ele me perguntar se eu era casado. Disse que também tive outros casamentos, troquei umas idéias sobre pagar pensão e afirmei que se tivesse outra oportunidade, casava de novo.

E não é que ele conhecia a pessoa certa pra mim?!! A filha da atual namorada dele, advogada, gente boa, linda e mais uma meia dúzia de qualidades que dava pra desconfiar. Me deu o nome, o telefone, a ficha completa, o nick no orkut e até o plano de abordagem: "Fala que você viu ela no Fórum".

Não resisti à curiosidade e entrei no orkut pra ver a cara da dita cuja, minha alma-gêmea. E achei!

Prometo que nas próximas corridas vou tentar só falar do tempo, de futebol e das trapalhadas do Bejani.