Você me encontra também no Facebook e no Twitter

11 de fevereiro de 2013

AFOGANDO EM NÚMEROS



Juiz de Fora tem o carnaval do sossego. Se você não passar pela Avenida Brasil nesses dias não verá a festa. Se passar, verá um espetáculo de qualidade questionável. Um modelo que merece, no mínimo, ser revisto.

Não tenho nada contra o carnaval que se faz (eu adoro esse sossego!), exceto porque consome consideráveis R$ 1.600.000,00 (um milhão e seiscentos mil reais) do orçamento municipal, que somados aos R$ 300.000,00 do Corredor da Folia, atingem quase dois milhões.

O resultado (quantitativo e qualitativo) justifica a despesa?

A maior parte dos gastos, creio eu, se concentra no desfile das escolas de samba na avenida: montagem das arquibancadas, sonorização, mídia e apoio financeiro direto às escolas e blocos. Tudo isso para atender umas dez mil pessoas que é o público que vai ao evento.

Aproveitando a oportunidade, outro número que me incomoda é o relativo ao Festival Nacional de Teatro de JF.
A Funalfa tem no orçamento R$ 480.000,00 (quatrocentos e oitenta mil reais) para o evento.
Considerando os dados da última edição, se todas as sessões do Festival lotaram, atingimos uns 10 mil espectadores. Lembrando que o acesso é gratuito (o que é um deformador de público) bastando a troca por um livro.

Para usar uma referência, a Campanha de Popularização do Teatro de JF (evento privado) recebe R$ 10.000,00 (dez mil reais) de apoio (cerca de 2% do que a Funalfa gasta no seu evento próprio) e leva cerca de quinze mil pessoas aos teatros, pagando ingresso.

Porém, o que mais me incomoda e grita a quem se preocupa com a produção teatral local é que dos quinze selecionados para a mostra competitiva NENHUM É DE JUIZ DE FORA. Seja por desinteresse ou falta de qualidade.

Meu amigo Bruno Siqueira, quando daremos paz aos números?