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8 de setembro de 2014

O PRETO, O BRANCO E O CINZA












O racismo é uma doença para a qual não existe remédio em farmácia. Sequer pesquisas na busca de uma vacina. É um mal que tem origem nas nossas relações mais antigas. Daí a dificuldade de diagnosticar a moléstia.
Às vezes é sutil como um espirro, noutras corrosivo como lepra, perigosamente contagioso como uma micose.

Quando digo “não sou racista”, estou enfrentando dentro de mim todas as ancestralidades que me fazem rejeitar outra pessoa diferente de mim e fora do meu grupo de proteção, que até recentemente chamávamos de família. É tão difícil e complexo quanto necessário.

O assunto racismo sempre gera reações de apoio de fundamento duvidoso. Não por maldade, mas por superficialidade. Coisas como, “eu não sou racista, tenho até amigos negros”.

Nessas horas é comum ouvir alguém dizer – quase como uma confissão de culpa - que os negros são superiores aos brancos, porque criaram o Jazz, são melhores no esporte, e coisas assim.

Sim, negros fizeram coisas incríveis. Judeus fizeram coisas incríveis. Árabes fizeram coisas incríveis. Brancos e amarelos fizeram coisas incríveis. Porque, na verdade, seres humanos fazem coisas incríveis, independentemente da cor, da nacionalidade, da crença e do sexo.

Temos que nos distanciar a cada dia e em todas as oportunidades, de tudo que reforce barreiras entre nós. Não somos iguais. Somos diferentes. Alguns são melhores em alguma coisa e piores noutras. Mas isso não pode gerar direitos de dominação, poder e exclusão.


Diferença é riqueza.