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5 de outubro de 2011

A LÍNGUA DA COBRA




A cobra tem a língua fina porque se fosse grossa, mordia nela e morria envenenada.
Isso serve como metáfora pra se ter cuidado com o que fala.

Rafinha Bastos foi afastado da bancada do CQC por conta do que chama de piada e outros chamam de grosseria.

E eu pergunto no melhor mineirês, uai?! (Que aqui pode ser traduzido por why?)?!

Ele sempre fez piadas assim. Encheu teatros com esse estilo. Ganhou audiência na TV com um programa que cultiva pegadinhas, humilhação e o constrangimento aos "entrevistados". Daí conquistou milhões de seguidores no twitter e virou celebridade internacional via NYT, que o escolheu como "a pessoa mais influente no Twitter".

Emissora, patrocinadores, mídia e público deram corda, inflaram o ego do rapaz e agora formam coro pra reprovar uma piada escrota? Ele só fez e continua fazendo o que sempre pediram e esperaram dele.

Todo mundo quer ver o circo pegar fogo, mas quem paga o pato é o palhaço.

Agora todos voltam pro lado de cá da linha do bom senso. Marcelo Tas simplesmente declarou que isso é um problema entre Rafinha e a Band. Marco Luque, Claro!, também se excluiu. E o CQC, ao que parece, vai entregar a mão para não perder o braço.

O episódio vai ter consequências.
Vai aprofundar a discussão sobre os limites do humor e sobre essa história de grosseria X politicamente correto.
Vai dar a oportunidade ao Rafinha de repensar sua carreira e a maneira como trata seus textos.
Vai reposicionar audiência, mídia e patrocinadores.
E vai deixar chamuscada a imagem de um programa que queria ser irreverente, provocativo mas tomou caldo na própria onda que gerou.