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17 de dezembro de 2014

INTOLERÂNCIA



Um Iraniano matou duas pessoas num café na Austrália. 
Talibãs mataram mais de uma centena numa escola no Paquistão.

Nem todo muçulmano é extremista, mas o Islã é. Nem todo cristão é fundamentalista, mas o Cristianismo é.

A intolerância está na essência das religiões, especialmente nas três grandes do ocidente: o islamismo, o cristianismo e o judaísmo. Quem acha que as religiões são ambientes só de bondade e amor ao próximo não conhece os princípios da fé que expressa, impressos nos livros sagrados.

Nelas, a salvação é uma recompensa reservada aos convertidos, àqueles que reconhecem a supremacia do único deus. E isso define quem somos nós e quem são eles. Eles, os hereges, impuros, infiéis, sofrem aqui ou na eternidade. E ponto.

Judeus se consideram o povo escolhido. Jesus, como bom judeu acima de tudo, pregou o amor ao próximo se referindo ao seu povo... judeu. Esse “próximo” é uma condição tribal. E os muçulmanos, os últimos filhos de Abraão, herdaram entre outras coisas, essa pretensão de portadores da única verdade.

E assim, desde sempre e até hoje, as religiões e seus princípios servem para criar divisões, separações e preconceitos. Intolerância e conflito.

Evidentemente, a maioria dos fiéis e formada por pessoas boas e ingênuas. Por medo do castigo ou interesse no prêmio, se comportam bem a maior parte do tempo.

Alguns deles se tornam extremistas, fundamentalistas e terroristas. Nós os julgamos equivocados. Mas eles têm sempre a certeza que suas obras absurdas são inspiradas nos princípios da religião que seguem, baseados na palavra de deus, impressa no livro.

28 de novembro de 2014

POLÍTICA SEM POLÍTICOS




É possível existir um sistema político democrático sem políticos profissionais como temos hoje? É possível isso que chamam de democracia direta, sem intermediários ou representantes?
É muito fácil dizer que não, porque daria muito trabalho imaginar e mais ainda implantar um modelo totalmente novo. Mas, você não acha que já passou da hora de tratar desse assunto?

Políticos, partidos e parlamentos são as instituições mais desacreditadas pela população. É um modelo falido, ineficiente, incompetente, corrupto. Então, que tal tentarmos imaginar uma alternativa? Ou pelo menos permitir o exercício intelectual.

De fato, se estivéssemos em 1980, não teríamos instrumentos para propor uma participação direta do cidadão na gestão da coisa pública. Mas, hoje, em 2014, vivemos um desenvolvimento tecnológico que abre perspectivas ilimitadas para todas as áreas. Por que não na concepção de novos modelos políticos? Esse nosso tem uns dois mil anos de vida. Talvez esteja na hora de ser aposentado.

O que proponho a seguir não é uma ideia acabada, é mais uma provocação.

O “Legislativo” será gerenciado por uma pequena equipe de profissionais concursados. Ocupam cargos por mérito e não pelo voto. O cidadão interessado vai se cadastrar em Câmaras Temáticas, por assunto ou região. E num ambiente de rede, as propostas serão elaboradas e decantadas até se chegar num texto aprovado pela maioria dos cidadãos cadastrados naquela Câmara.

O “Executivo”, da mesma maneira, terá Gestores, técnicos concursados, para administrar a vida do país. Do mesmo modo, suas deliberações terão que ser amparadas pela Legislação ou por decisões tomadas nas Câmaras Temáticas Executivas que operam também em rede, com cidadãos cadastrados.

E assim, extinguimos partidos e políticos, esses dinossauros da vida pública. O cidadão discute e decide em rede. Aí sim, o voto de cada um terá peso e criará muita dificuldade para a corrupção.

A sociedade veria nascer sem limites, Grupos de Influência, defendendo este ou aquele ponto de vista, mas sem o poder e o dinheiro. Apenas princípios ideológicos, a essência de partidos.

Não sei se é plausível ou se é viável. Mas quero apenas que em 2.514 dC, saibam que a quinhentos anos atrás, alguém imaginou um mundo que não seja controlado por gente que quase ninguém gosta nem confia. A política sem políticos.

8 de novembro de 2014

MAIS EDUCAÇÃO*




O importante debate sobre a educação no Brasil fica limitado à questão formal: verbas, salários, currículos e mecanismos de acesso.
De certo modo ignora o aspecto mais profundo e abrangente do tema:
. À maneira adequada dos indivíduos se tratarem uns aos outros com cortesia e gentileza;
. Ao comportamento correto e civilizado do cidadão, em lidar com regras e instituições.

Vamos chamar isso de “A Grande Educação”. A escola não só não consegue cuidar disso como está sofrendo por isso.

Trilhões em verbas não vão resolver se não houver um foco nisso.

A última campanha eleitoral deixou evidente nossa patologia. Enquanto discutiam Pronatecs e Escolas de Tempo Integral, candidatos e eleitores se esquartejavam em qualquer espaço possível de mídia.

Valores importantes estão em extinção. E quando isso acontece, voltamos à forma primitiva de máquinas de sobrevivência, a quem só importa consumir e reproduzir.

*Me inspirei num comentário do Igor estranhando quando alguém lhe agradeceu por ceder um lugar na fila. E na narrativa da Juliana sobre uma absurda abordagem de agentes de trânsito que resultou na apreensão do carro dela.

25 de outubro de 2014

EU, REACIONÁRIO





O segundo turno dessas eleições criou aquele velho e desagradável dilema: você vai votar na Dilma ou você é reacionário e vota no neoliberal Aécio?
Eu acredito no voto nulo como legítima forma de expressão, mas nesse texto me interessa quebrar os pés de barro dessa falsa e oportunista polêmica entre revolucionários x reacionários.
Estrategicamente a campanha da Dilma compara os governos do PT com os do PSDB, o que é um sofisma. Nessa linha, se comparar o governo Dilma com o governo Lula, particularmente com o primeiro, Dilma se ferra, porque o governo dela foi muito pior que aquele.
O PT fez coisas importantes pelo país e principalmente por uma faixa da população historicamente abandonada. Mas acho exagero chamar isso de revolução.

Senão, vejamos.

O “Bolsa Família” era pra ser um programa transitório, temporário e hoje atende cerca de 56 milhões de pessoas e promete ser ampliado. Melhor que nada? Concordo.

O “Minha Casa Minha Vida”, na prática, é um programa de neo-favelização, tanta pela baixa qualidade das unidades, pela sua localização, e principalmente pela falta de planejamento social na ocupação. Melhor que nada? Concordo.

A redução dramática da pobreza é um exercício de reclassificação. O governo passou a chamar de classe média aqueles que tem renda per capta familiar entre 291,00 a 1.019,00. Um casal que recebe salário mínimo, por esse critério, é classe média.

O Mapa da Fome da FAO (lembrando que a FAO é dirigida por um ex-Ministro do Lula), foi produzido a partir de uma artificial distribuição de alimentos baseada no crescimento médio da renda. O que quer dizer, “se a renda per capta aumentou, diminuiu o número de pessoas com fome”. Isso não é necessariamente verdade. A fome acaba quando o alimento chega à mesa, e não porque o vizinho está mais rico.
O modelo econômico do PT é neoliberal como outro qualquer. É um capitalismo de mercado, selvagem, globalizado, com a diferença de acentuar investimentos em programas sociais discutíveis. E só!

Politicamente, o PT se associou ao que temos de pior no cenário nacional: Maluf, Collor, Renan, Sarney, etc. Todos entendemos que é uma necessidade para a governança, mas isso só faz do PT um partido como outro qualquer.

Quando tratamos da ética, vemos os cardeais do PT na cadeia por crimes de corrupção. A defesa alega em duas linhas: o PSDB também é corrupto ou então, graças à nossa Polícia Federal hoje a corrupção é investigada. Ora, ter como referência outros corruptos não é aceitável. E se a PF investigou e prendeu, o melhor seria que não tivesse botado na cadeia nenhum dirigente petista. Isso sim é um discurso correto.

Nossos números na educação são sofríveis, na saúde são patológicos, na segurança são temerários, na economia estão entre os piores de um continente pobre.

E aqui fecho meu texto antes que fique mais cansativo.

O PT fez coisas boas. Chamar isso de revolução é no mínimo um exagero. Daí, chamar de reacionário que não enxerga tanto avanço no que, de fato, foi um “melhor que nada”, é injusto.
Vote em quem quiser, vote em paz, mas não exagere nas expectativas e menos ainda em condenar quem pensa diferente.