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22 de fevereiro de 2012

RESSACA




(foto da Tribuna de Minas, na segunda feira pp.)

Pesquisa realizada pela Tribuna de Minas (em seu site e publicada no impresso do último sábado), mostra que apenas 4% dos entrevistados se interessam pelo carnaval da cidade. Os restantes - quase 100% - não dão bulhufas para a festa de Momo e rumam para a praia ou lugares mais animados. Os números são extremos, mas parecem com um sentimento geral.


O Carnaval de Juiz de Fora é um paciente em coma na UTI. Se desligarem os equipamentos ele morre.
E esses equipamentos custam caro ao seu "plano de saúde", que a cada ano desperdiça cerca de dois milhões num modelo falido.

A maior parte dos recursos é gasto no Desfile das Escolas de Samba, que além da verba destinada às agremiações, ainda inclui a montagem do sambódromo, sonorização, mídias etc. E de todos, esse é o momento que oferece menor retorno à comunidade, considerando a relação custo/benefício.
 
As autoridades deveriam ter a coragem de dizer um basta. E tomar pelo menos duas atitudes radicais:

1. Se quiserem o desfile, as Escolas de Samba devem se profissionalizar para bancá-lo. Mesmo que para isso seja necessário definir um cronograma de transição.

2. Não há motivo que justifique um evento que mobiliza umas dez mil pessoas causar o transtorno que afeta seiscentos mil. O evento deve ir p.ex. para o Parque de Exposições que pode receber estrutura adequada.

A Prefeitura (via Funalfa) deveria rediscutir o modelo de evento, mas não o fará por vícios crônicos de relação com os agentes do carnaval. Importante que se diga que essa conta não é dessa administração, mas se arrasta há décadas.

Para ilustrar a deformação em questão comparo duas despesas de apoio cultural realizadas pela Prefeitura (via Funalfa).
A Campanha de Popularização do Teatro recebe R$ 10.000,00 da Funalfa e leva 15 mil pessoas aos teatros. O custo benefício do evento para os cofres públicos é de R$ 0,66. Ou seja, é isso que o município gasta para proporcionar um espetáculo de teatro para cada cidadão na plateia.

Já o desfile das Escolas recebe cerca de R$ 1.500.000,00 e leva umas 10 mil pessoas ao sambódromo. O custo benefício do evento para os cofres público é de R$ 150,00. Ou seja, é isso que o município paga por cidadão que vai ao sambódromo.