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26 de outubro de 2008

PERDAS E DANOS



Ao que tudo indica a classe média não foi pegar uma praia em Cabo Frio neste feriado. Parece, outrossim, que a rapaziada do PT é que esticou em Ibitipoca e não voltou a tempo.

O resultado não chegou a ser uma surpresa.
Como todo bom juizforano resta torcer para que Custódio consiga cumprir seu "programa de governo" e fazer dessa cidade um lugar melhor.
Acabou a campanha e de adversários devemos passar a colaboradores vigilantes.

No meu atual estágio de desenvolvimento espiritual não gosto de satanizar o adversário. Porém, sem querer ser um mau perdedor - até porque vitória e derrota nesse momento são condições relativas - acho que algumas coisas têm que ser ditas.

1. Mais uma vez a cidade está dividida (na última eleição Bejani ganhou com 1% de vantagem). A diferença de 3% dos votos válidos mostra que o vencedor não se afirma como liderança absoluta. Não foi um chocolate. Foi apertado. Isso tem que ser bem entendido por todos.

2. Custódio merece, mas foi uma vitória determinada pelo poder econômico e pelo preconceito difundido através de peças condenáveis de campanha.

3. No fim das contas, acho que a Margarida foi uma grande vitoriosa. Veio desconhecida, saiu com um saldo de 138 mil eleitores e está habilitada para os próximos pleitos. Fez uma campanha limpa - muito acima da média - em todos os sentidos e mostrou que esse caminho é possível. Isso é uma vitória!

E a vida segue, bola pra frente porque o Flamengo está no G4 e é isso que importa.

TEM QUE ACABAR




Foi na campanha de 96 (Tarcísio x Custódio), que tive meu primeiro contato com um marketeiro político. Seu nome era Cacá Moreno, verdadeira lenda para os políticos daqui. Cacá tinha percepção e métodos - nem todos aprováveis - para fazer milagres numa campanha.

As campanhas já foram mais violentas. Havia muito confronto físico, tiros, quebradeira e até mortes. Em alguns lugares onde a sociedade vive às margens da lei (sertão nordestino, sul do Pará e Rio de Janeiro), ainda se decide pela bala.

Porém, acho que a entrada dos marketeiros trouxe um gigantesco grau de degradação para as campanhas e em conseqüência para os políticos e a política.

Eles tratam a eleição como um produto comercial qualquer, onde vale tudo para vender seu peixe. E criam uma cadeia que une o candidato e seus financiadores. Marcos Valério (que hoje divide a mesma prisão com Alexandre Nardoni, Lindemberg e os Cravinhos) é a expressão clara dessa relação deplorável.

As campanhas ficaram absurdamente caras e como conseqüência, surgem incríveis esquemas de corrupção que servirão para pagar o investimento feito pelos patrocinadores.

As grandes empresas acompanham de perto o desempenho dos candidatos e o dinheiro flui na medida em que os números das pesquisas são favoráveis. O bordão comum é "não se pode salgar carne podre".

Daí, comprar votos em abundância, criar boatos, inventar pesquisas e coisas assim, são apenas a ponta da lança que fere a dignidade e a integridade da política.

Hoje me preocupa mais como vai ganhar do que quem vai ganhar. Independente do resultado é preciso promover uma profunda reforma política que pense - como acabar com - esse submundo criado nas campanhas.