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11 de novembro de 2008

SAUDOSISTA



Toda hora escuto alguém falando, "eu não quero ser saudosista, mas..." é.
E a frase sempre sai com uma taxa de autocensura.

Pois, ouvindo outro dia um disco do Jethro Tull, resolvi assumir isso que chamam de saudosismo.
Tenho sim, saudade de coisas que se perderam num tempo que era melhor.

Nos enfiaram goela abaixo a idéia de que a tecnologia iria nos oferecer uma vida perfeita. Compramos uma fantasia de prosperidade e modernidade que trouxe junto um lixo irreciclável. De fato vieram coisas incríveis, mas a que preço?

Valores se perdem como "lágrimas na chuva", entre eles a gentileza e a boa educação.
As empresas inventaram o conceito da "responsabilidade social" que vincula a generosidade e o altruísmo aos seus ganhos. Em alguns casos exercem até certa chantagem: "se você usar o nosso cartão, crianças doentes receberão tratamento".

A internet - essa maravilha que deveria melhorar nossa comunicação - está na verdade nos transformando em seres midiados, encapsulados. As crianças passam mais tempo nos jogos eletrônicos e no computador que brincando na rua. Hoje, elas têm que fazer algum tipo de atividade esportiva paga porque não jogam bola na rua, não nadam em açudes, nem brincam de pique.

Comemos mal, somos flácidos, indolentes, obesos e sedentários.
Nossa comida é industrializada, cheia de aditivos estranhos ou então fica deteriorando nas bandejas de self service. Isso, quando não optamos pelas Mcporcarias de fast food.

Com todos os recursos tecnológicos não conseguimos fazer uma música sequer razoável. Os músicos estão perdendo espaço para uma praga chamada DJ, um cara que rouba - perdão - sampleia riffs alheios, chama isso de mix e ainda assina a autoria.

Eu vivi dois mundos muito diferentes, duas gerações distintas, e posso garantir, o outro era muito melhor. Isso considerando um único critério que acho essencial: éramos mais felizes.

Tudo isso eu pensei ouvindo Aqualung.


CONCORRÊNCIA INJUSTA

Essa é uma temporada de frutas finas: pitangas, amoras, grumixamas, jabuticabas, jambos. Porém é difícil come-las in natura ou in pedis.
Acontece que elas são pretendidas - entre outros - pelos pássaros frutívoros que levam a vantagem de ter asas e não ter outra coisa a fazer senão vigiar a maturação das mesmas.

As maritacas então, se juntam aos bandos na jabuticabeira e só deixam as cascas no chão.