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9 de dezembro de 2013

ENCRUZILHADA



Não queremos violência nos estádios, mas no campo os jogadores frequentemente exibem desleais demonstrações de brutalidade.

Queremos que o público seja educado nas arquibancadas, mas no campo os jogadores passam noventa minutos tentando enganar o árbitro e daí tirar alguma vantagem.

Queremos a cultura da paz mas entupimos nossas crianças com modelos de comportamento violento, em lutas de MMA, em filmes e jogos onde a diversão são tiros, socos, facadas e jorros de sangue.

Queremos que nossos jovens tenham valores decentes e civilizados, mas a música que eles ouvem estimula a futilidade.

Queremos um mundo em que as pessoas se comuniquem e as entupimos de equipamentos que as isolam.

Queremos acabar com a corrupção, mas continuamos a eleger os piores, e justificamos nossas alianças quando é conveniente.

Não queremos mais mortes nas ruas por culpa de motoristas embriagados, mas bombardeamos o imaginário de todos com toneladas de propagandas de cerveja.

Não queremos excesso de velocidade, mas fazemos carros que andam a 200 por hora.

A verdade não é o que falamos, mas o que fazemos.


Temos que decidir que mundo queremos.