Não queremos violência nos
estádios, mas no campo os jogadores frequentemente exibem desleais
demonstrações de brutalidade.
Queremos que o público seja
educado nas arquibancadas, mas no campo os jogadores passam noventa minutos
tentando enganar o árbitro e daí tirar alguma vantagem.
Queremos a cultura da paz mas
entupimos nossas crianças com modelos de comportamento violento, em lutas de
MMA, em filmes e jogos onde a diversão são tiros, socos, facadas e jorros de
sangue.
Queremos que nossos jovens
tenham valores decentes e civilizados, mas a música que eles ouvem estimula a futilidade.
Queremos um mundo em que as
pessoas se comuniquem e as entupimos de equipamentos que as isolam.
Queremos acabar com a
corrupção, mas continuamos a eleger os piores, e justificamos nossas alianças
quando é conveniente.
Não queremos mais mortes nas ruas
por culpa de motoristas embriagados, mas bombardeamos o imaginário de todos com
toneladas de propagandas de cerveja.
Não queremos excesso de
velocidade, mas fazemos carros que andam a 200 por hora.
A verdade não é o que
falamos, mas o que fazemos.
Temos que decidir que mundo
queremos.