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6 de fevereiro de 2009

O MUNDO ENCANTADO



Levou uns vinte anos pra imprensa e a Câmara descobrirem o Castelo do Edmar uma construção de 7,5 km2 no distrito de Carlos Alves (SJ Nepomuceno, MG).
A obra discreta com mais de 250 janelas só veio ser destaque porque foi colocada à venda e porque seu proprietário foi eleito Corregedor da Câmara.

Qual o problema de uma pessoa ter um castelo?
Nenhum! Aqui em Juiz de Fora, ao lado da represa de São Pedro tem outro, embora bem mais discreto. Em Itaipava, mais um.

A pergunta que não foi feita é, por que uma pessoa constrói um castelo daquele tamanho naquele fim de mundo?

Edmar pode ser tudo menos doido ou burro.

O Conto de Fadas que ele escreveu pode ser esse:

Era uma vez um homem muito rico e poderoso (nenhuma história da carochinha explica como - ou à custa de que - ele ficou rico). Como todo homem rico e poderoso ele só pensava em uma coisa: como eu posso ficar mais rico e poderoso?

Naqueles dias outros homens ricos e poderosos estavam tentando convencer a corte (que hoje chamamos de políticos) a liberar a jogatina no Reino.
Ops! Peraí, a jogatina é proibida?
Mais ou menos. Só o Rei podia promover jogos de azar e aqueles homens queriam que os cassinos se tornassem uma atividade de livre empresa.

O nosso homem rico e poderoso então teve a idéia de construir um castelo para abrigar um hotel-cassino assim que a mamata fosse aprovada.

Mas então, homens muito maus melaram a parada e o castelo virou uma manada de elefantes cor de rosa. O homem rico e poderoso esperou, esperou até que desistiu. Manter o castelo estava custando muito dinheiro. Só o pagamento do empregado que ia lá todos os dias para abrir e fechar as janelas (mais de 250) era uma fortuna. Imagine os que passavam cera?

Fim!

Hoje Edmar é o responsável pelo exemplo de correção e decoro na Câmara. Deve ter sido difícil encontrar alguém com um perfil tão apropriado.

Ele garante que não declarou a propriedade porque passou para o nome dos filhos. Eu gostaria de saber se os filhos declararam o bem. Gostaria de saber também se essa desculpa vale. Ou seja, é permitido o uso de laranjas para escapar do fisco?

Na equipe de Obama, uma candidata a cargo teve que renunciar porque deixou de recolher impostos referentes a U$ 300 do pagamento da empregada.

Aqui, a gente acredita em qualquer conto de fadas, sempre esperando pelo final feliz, que é sempre de outro.