Os incentivos são de origem positiva e negativa.
Isenções fiscais no preço final, estímulos para montadoras
nacionais e uma forte carga publicitária que bombardeia o desejo do cidadão
permanentemente. Junte-se a isso linhas de crédito que permitem que o veículo
seja comprado em prestações que cabem no orçamento de qualquer emergente à
classe média.
Temos aí então - em dados de Juiz de Fora - oito mil novos
veículos a cada ano. E uma frota dobrada a cada oito anos.
Pra completar o cenário, um incentivo negativo: a péssima
qualidade do transporte coletivo que faz você achar que usar o sistema público
de transporte não é uma alternativa, mas um sacrifício injustificável.
São 364 dias do ano onde se diz ao cidadão: "Tenha
carro". E um onde se diz: "Saiba porque é melhor você ter
carro".
Nesse contexto, o "Dia Mundial Sem Carro" é só uma
ação vazia de marketing, que nem bandas de rock que gravam clip contra as
drogas.