Motivar, essa deveria ser a sua principal função.
Aliás, talvez fosse mais conveniente que a função chamasse
"motivador" ao invés de "professor".
Eu penso nesse como um dos principais equívocos ou
distorções da relação professor-aluno, baseado no princípio de que
"ninguém ensina nada a ninguém". Claro que esse princípio é relativo,
mas quer dizer que a principal atitude do aprendizado cabe a quem aprende, na
medida em que se dispõe a isso.
Ao professor caberia então, estimular nos alunos o desejo
insuportável pelo conhecimento. E só! (Sendo que só significa quase tudo). A busca pelo conteúdo partiria do interesse
e da necessidade do motivado. Isso faria dos encontros (que hoje chamamos de
aulas), momentos de prazer - porque o conhecimento tem que ser recompensa. Sem
provas, sem frequência, sem toneladas de conteúdos dispensáveis, sem ansiedade.
Ao motivador caberia o trabalho de ser um guia às inumeráveis fontes, livros,
sites, etc.
Motivar, essa deveria ser a sua principal função.
Mas, como pode um desmotivado motivar?
Quando olha seu contracheque no fim do mês o professor
pensa: "Foi por isso que eu enfrentei tanto sacrifício, tanto desgaste,
tanto desrespeito da parte de tantos, tanta dificuldade?" E continua - porque não tem alternativa - a se arrastar de uma sala a outra, entregando no
corpo e nos olhos, toda a sua frustração.
Parabéns aos professores, especialmente aos que ainda sonham.