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25 de junho de 2011

PERIFERIA MENTAL




Eu não consigo engolir esse discurso da grande revolução tecnológica.

Até agora o principal quantitativo não passa de uma explosão de consumo com mudança de certos hábitos. Nem todos para melhor.

Os dois principais equipamentos que alavancaram essa expansão – o telefone celular e o computador – mudaram muitos comportamentos, mas reforçaram características nem tão positivas do ser humano.

A grande teia que se estabeleceu entre os indivíduos a partir do final do último século serve em esmagadora parte apenas para glamourizar a mesma vida medíocre de antes.

Cumpriu-se a previsão de Andy Warhol sobre os quinze minutos de fama a que todos teríamos direito, porém o custo e o benefício dessa exposição não foram considerados.

A criatura não mede esforços ou limites pra ter seu filminho acessado no youtube. Comediantes perdem a noção da piada e se acomodam no grotesco em busca da audiência. E os minutos que se seguem aos quinze de sucesso são o resto de uma vida de humilhação e esquecimento.

O espaço virtual é um grande aterro sanitário de futilidades.
O (praticamente) ilimitado volume de dados disponibilizado não encontra receptores preparados. Nunca houve tanta informação e ao mesmo tempo não se sabe o que fazer com ela.

As pessoas entram na internet, mas a internet não entra nas pessoas. Elas levam sua favela mental para dentro da rede ao invés de se enriquecer com ela.

Elas têm celulares, iPads, tablets, blackberrys, netbooks, mas não sabem usar corretamente uma privada.
Não conseguem ter relações civilizadas e acham que porque compraram um eletrodoméstico são seres do terceiro milênio.