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27 de novembro de 2011

EX-CELSIOR




Está sendo enterrado um dos mais grandiosos monumentos da memória cinematográfica juiz-forana, o Cine Excelsior.

A sentença do Conselho do Patrimônio Cultural (COMPAC) não considerando o lugar de relevância cultural foi a senha para o desmanche. (E qual é então a importância cultural do COMPAC se ele não consegue salvar nossa memória?)

A agonia da casa vinha se arrastando há quase duas décadas e culmina na suposição de que vai virar estacionamento.

O Excelsior era um lindo dinossauro. Pertence a uma época em que o cinema era um espetáculo grandioso. Os grandes cinemas morreram e com eles morreu o grande cinema. As salas de shopping exibem sucessos. Não há mais arte ali. Não há nada errado nisso se pensarmos que de resto, o mundo virou a mesma coisa, um lugar cada vez mais com menos.

Juiz de Fora perde mais um marco importante da sua identidade e está ficando cada vez mais um lugar de compras, faculdades e baladas de bebida liberada.
Juiz de Fora está virando uma cidade sem alma, sem face própria, decadente no pior sentido que a palavra pode ter, embora os números de faturamento e IDH possam me contrariar.

Vão dizer que o atual proprietário destruiu o Excelsior.
Mas foi a cidade que deixou que acontecesse. Um pacto silencioso de desinteresse de uma população que não dá valor ao que tem e ao que é.
E à frente, os agentes públicos municipais, que teriam poder para fazer alguma coisa efetiva e se ativeram ao cumprimento de despachos burocráticos.

Fico triste pelo que a cidade perde. Mas tenho mais pena da própria cidade que o perde.

Acorda Juiz de Fora!