O cinema no fez acreditar que
toda história tem um final feliz. Na vida é diferente.
É duro pensar que o Cine
Excelsior vai desaparecer definitivamente, mas quem realmente quer salvá-lo?
A Câmara Municipal poderia
fazer um projeto de Lei que desapropriasse o imóvel, considerando-o de
importância cultural. Porém, seria vetado pelo Executivo, que tem na decisão do
COMPAC suporte legal para sua impassibilidade.
E todos esses citados
(legislativo, executivo e conselhos) representam democraticamente o povo dessa
cidade. E é aí que a coisa se define. O povo quer shopping, quer festas de
bebida liberada, quer torresmo, quer casa em condomínio, quer vaga na faculdade
e outra na rua pro carro novo.
Estamos presenciando o
resultado de uma geração de opções erradas, de propaganda política, da ditadura
de caciques donos de pequenos quintais. Voltamos a ser aquela cidade de
passagem do século XIX, onde os tropeiros a caminho do Rio paravam e seguiam.
Juiz de Fora está deixando de
ser a cidade de quem vive nela para ser a cidade de quem vive dela.
Será preciso pelo menos uma
geração de opções certas pra reconstruir nossa identidade e não há nenhum sinal
importante que isso vá acontecer.
Mostrem-me que estou enganado,
por favor.
Se você acredita que aquela borboleta vai arrastar a pedra, siga sonhando.