Foi muito pra mim. Três pancadas numa semana só.
Primeiro, a notícia da criação do Consórcio Intermunicipal de
Cultura da Zona da Mata que deixa Juiz de Fora de fora. O detalhe é que a ideia
nasceu e foi fermentada aqui.
Segundo, o choque de ver que no lugar da tradicional
Joalharia Meridiano hoje opera uma operadora de telefonia. Claro! Não sei por
que motivos, mas trabalhei lá e sou mais que um amigo da família. Sei o quanto
aquela loja representa pra eles e imagino como deve ter sido difícil. Sofri.
E terceiro, pela enésima vez e para não deixar dúvidas, o
COMPPAC (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural) cuspiu na
nossa memória afetiva e negou o tombamento do Cine Excelsior. Não viu motivos
técnicos para preservar o lugar. Tombaram a Banda Daki, o Miss Gay e até mesmo
o Apito do Meio Dia (ironicamente o que restou da Joalharia Meridiano), mas não
conseguem entender que o Cinema Excelsior tenha importância cultural.
Pobre Juiz de Fora, cada vez mais pobre.
Aos 162 anos vai derrubando e enterrando sua história.
Chorar por quê? Temos o melhor torresmo do mundo (que, acho,
ainda não foi tombado).
É o que vamos oferecer aos nossos netos e visitantes: um
prato de torresmo.
De Manchester Mineira, de Princesa de Minas, de pioneira na
energia elétrica, no cinema, de grande polo industrial e cultural vamos nos
tornar a Capital Nacional da Gordura de Porco Frita.