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31 de agosto de 2011

JÁ ERA!




É cada vez mais difícil defender essa democracia brasileira que sustenta um imenso esquema de corrupção.
Ontem, os colegas deputados inocentaram Jaqueline Roriz que, mesmo tendo sido flagrada recebendo em grande alegria uma bolada de dinheiro, foi livrada da cassação.

Nosso impulso é culpar os 265 deputados que votaram NÃO, mas não nos esqueçamos dos 20 que se ABSTIVERAM e os 62 que convenientemente se AUSENTARAM. Ou seja, só podemos contar como supostamente honestos, 166 parlamentares.

Seria fácil resolver essa equação se os números fossem esses, mas a matemática é cruel.

Os 347 (cerca de 70%) que se comoveram com as lágrimas de Jack - a Estripadora da decência - Roriz foram eleitos! Isso! Eles representam milhões e milhões de eleitores, que são os responsáveis pelo mandato deles. Cerca de 70%, ou alguma coisa em torno de 95 milhões.

E mais, a corrupção tem dois lados: o que recebe e que paga a propina. Junte-se então à conta, o capital das grandes empresas que financiam mandatos, interessadas no retorno que vão ter, em obras e outras vantagens.

Acrescente a pior de todas, a devastadora corrupção oficial e legal, a apropriação que o estado faz da renda de trabalhadores e setores produtivos, através da maior taxa de impostos do mundo. Enquanto escrevo esse texto, o "impostômetro" registra que os governos (federal, estadual e municipal) recolheram mais de 945 bilhões só este ano. E faltam ainda quatro meses.

E para concluir retire aqueles que praticam pequenos atos de corrupção e só não são grandes corruptos por falta de oportunidade.

O que restou?

Uma sensação horrorosa de que já era. De que vivemos numa sociedade onde o crime organizado é o sistema de governo e não a contravenção.

Semana que vem, Jaqueline Roriz e seus 347 comparsas estarão votando leis que decidirão sobre sua vida e a vida desse país.

Espere de Deus, se é que Ele existe.