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18 de agosto de 2012

NÃO TEM COMO DAR CERTO




Será absurda a ideia de condicionar o cargo de vereador ao seu desempenho num curso de graduação em... vereança?

Isso que chamamos de democracia no Brasil é uma fantasia que não funciona. Crescemos acreditando no mito de que outorgar o poder à maioria como se a quantidade representasse sabedoria. A história é repleta de provas do contrário. O poder da maioria é um regime de força.
E tudo que vemos e reclamamos resulta de um sistema político irracional.

Que tal se investíssemos numa meritocracia?

Os pretensos candidatos a vereador, por exemplo, seriam obrigados a frequentar um curso de formação, onde teriam pesada carga de conteúdos de história, legislação, administração, etc. Só seriam aprovados com altas médias. E, caso o número de aprovados excedesse o número de vagas, aí sim, seriam submetidos ao pleito eleitoral. Ou então a uma prova final.

E depois de "eleitos", a cada ano de atividade legislativa, teriam que comprovar frequência e produtividade, caso contrário, seriam automaticamente exonerados.

Como é em quase todos os postos de trabalho que exigem grande responsabilidade na sociedade. Só se ocupa provando capacidade para exercer tal cargo e não porque - por motivos às vezes absurdos - um número maior de pessoas te deu esse direito.



10 de agosto de 2012

ISSO QUE CHAMAMOS DE DEMOCRACIA




Você vai votar nas próximas eleições, mas quem elege prefeitos e vereadores (vale para deputados, senadores e presidentes) não é você, são as empresas que financiam as campanhas. São elas que investem na produção de material, contratação de marqueteiros, pagamento de lideranças e compra de votos. São elas que decidem quem vai decidir. 
O povo é só uma massa de manobra necessária para legitimar isso que chamamos de democracia. Depois de eleitos, os políticos recompensam o investimento das empresas em obras com preços e licitações combinadas. No fim, todo mundo fica feliz.

É simples e trágico assim.

Em tempo, demo-cracia no Brasil pode ser traduzida como o regime do Demo. 

8 de agosto de 2012

JUIZ DE FORA E SUAS 10 CABEÇAS DE BURRO



No meu show eu faço a piada que em Juiz de Fora não temos uma cabeça de burro, aqui é um cemitério de burros. Eu relacionei as 10 principais, na minha opinião.
Sou nativo e desde que me entendo por gente sigo atento e envolvido com as questões da cidade. Meu grupo de teatro é, talvez, a única companhia artística daqui que trata constantemente dos temas locais, seja no palco, seja na rádio (com Os Invasores) ou na TV (com o Paraybuna Connection).
E com pesar confesso que vejo poucas chances para que a minha geração veja essas caveiras de burro desenterradas e exorcizadas.
Se discorda, por favor, me convença que estou enganado.

São elas:

1. Morro do Cristo. Museus da Imagem e do Som
O antigo prédio da TV Industrial deveria ser o Museu da Imagem e do Som, lugar para celebrar a memória da cidade. É uma ruína num lugar mal equipado para o turismo. Ali ainda temos outra tradicional cabeça de burro, o restaurante do Mirante.

2. Teatro Paschoal Carlos Magno
Iniciado há mais de 30 anos a obra foi questionada, sofreu acidentes geológicos e hoje é um depósito da Funalfa numa cidade que não tem teatros.

3. Parque Halfeld
A principal praça da cidade é um lugar maltratado, feio, largado e mal ocupado, exceto por jogadores de damas, adoradores de árvores e agenciadores de programas.

4. Linha de Trem
A cidade para várias vezes por dia para ver o trem passar. Seria bucólico, não fosse o incômodo e o risco. Não é concebível que uma cidade do porte de Juiz de Fora tenha cortando-a ao meio, uma linha férrea que só serve ao transporte de carga. Discute-se a construção de trincheiras, viadutos e outras monstruosidades urbanas, mas ninguém enfrenta a proposta de um anel ferroviário.

5. Trânsito
A última importante intervenção no trânsito da cidade foi feita há cerca de trinta anos, com a construção do Mergulhão e o leiaute da Av Rio Branco, que basicamente permanece o mesmo até hoje. Três décadas depois o número de veículos e pessoas cresceu absurdamente e nenhum plano de mobilidade foi desenvolvido.

6. Tupi. Futebol
A cidade tem muito carinho pelo seu carijó, mas não tem dinheiro para fazer dele um time de verdade, competitivo. Na verdade, são raríssimas as cidades fora capitais que tenham times de futebol em condição de grandes aspirações.

7. Rio Paraibuna
Pobre Paraibuna, esgoto caudaloso. Quantas vezes viu a promessa de campanha de sua despoluição?

8. Aeroporto da Serrinha
Pequeno em local pouco adequado. Quando se pensou em fazer um aeroporto regional, a escolha política foi Goianá. Serrinha é uma caricatura de aeroporto.

9. Expominas
Um grande centro de convenções que é hoje um monumento à decadência econômica de Juiz de Fora.

10. Polo Industrial. Liderança política. Desenvolvimento.
Qual é o projeto de desenvolvimento para Juiz de Fora? Qual é a sua identidade e vocação? Juiz de Fora perde interesse de empresas que vão se instalar em Matias e Levy Gasparian! A cidade volta a ser um centro de serviços, dormitório de estudantes que sonham com a formatura e o êxodo.
Como na sua fundação, um pouso para tropeiros que aqui passavam para levar as riquezas em direção ao litoral.


5 de agosto de 2012

MEU DEUS




Pode ser que Deus exista. Mas, qual?


Considerando respeitosamente que todos existam (mesmo os que se apresentam de maneira pitoresca), parece que o problema está na convivência entre eles. São seres poderosos, absolutos, eternos, mas não conseguem inspirar seus seguidores a uma convivência harmoniosa.

Se todas as religiões se unissem num único propósito de servir ao bem da humanidade, acreditaria que elas realmente têm uma função positiva na história das civilizações.

Num mundo perfeito, todas elas deveriam renunciar à sua ideia particular de Deus em favor de um ser único, criador e amoroso, que não tivesse nome, nem rosto. E principalmente, que não criasse regras, porque a essa altura da história já podemos ser adultos o suficiente para entender o sentido da ética sem precisar que um Deus avalize.

Esse Deus libertaria seus seguidores de contribuições em dinheiro, de frequência e prática a ritos, e os templos seriam transformados em centros de educação, cultura e ajuda comunitária.

E num gesto de desprendimento, reduziriam seus mandamentos a apenas duas regras que dizem a mesma coisa:

1. Seja uma pessoa decente.
2. Faça sempre o bem.

É simples demais para que seja possível.