
POR QUE TEMOS VEREADORES TÃO RUINS?
Imagine um mundo em que você decida seu horário de trabalho, as condições para acessar sua carreira, seu plano de aposentadoria e até mesmo seu salário. E suas decisões virem leis.
Não seria maravilhoso?
Pois bem, assim é o mundo dos nossos legisladores, vereadores, deputados e senadores.
Hoje são a categoria menos crida pela população. Vi uma pesquisa onde apenas 0,5% dos entrevistados afirma confiar nos políticos.
E mesmo assim eles continuam decidindo sobre seus interesses e os nossos.
Muito se tem falado numa reforma política, mas alguém acredita que eles próprios poderão criar novas regras que lhes dificultem a vida? Alguém acha que eles vão dar um tiro no pé?
A única maneira de resolver esse paradoxo seria criar uma outra instância legislativa formada por notáveis da nossa sociedade, que nunca tivessem ocupado cargos eletivos nem pertencessem à direção de partidos. Aí sim teríamos uma assembléia mais ou menos isenta para criar novas regras ao funcionamento da atividade política: horários, salários, pré-requisitos para o exercício da função, etc.
O resto é enrolação.

MAS, POR QUE TEMOS VEREADORES TÃO RUINS?
Várias vezes já se propôs que houvesse uma espécie de vestibular para selecionar os candidatos. Há quem ache que é função dos partidos fazer este preparo.
A verdade é que 2/3 dos nossos vereadores têm um 'pobrema' (sic!), eles não fazem idéia do que seja sua cidade, de como ela funciona e principalmente do que ela precisa para funcionar melhor. Em geral são lideranças de redutos ou o que é pior, de uma seita religiosa. Têm uma visão limitada. Assim, eles se tornam marionetes nas mãos de lobistas e do principal lobista que é o executivo municipal.

LIXO E LUXO
Foi um luxo a audiência sobre o lixo.
Um luxo de erros, equívocos, trapaças, mentiras, balelas, sofismas e relatórios de impactos ambientais.
A começar pela escolha do lugar da audiência, feita pela FEAM, "órgão que tem por finalidade executar, no âmbito do Estado, a política de proteção, conservação e melhoria da qualidade ambiental".
Muita gente ficou de fora e teve sua possibilidade de expressão limitada.
O projeto apresentado pareceu perfeito, mas é só uma casca cosmética. Bastou uma ou duas intervenções de professores da UFJF para que a exposição fosse desmoralizada.
Os danos provocados ao meio ambiente serão enormes. O Córrego do Barbeiro (de categoria 1) passa dentro do aterro e levará seus resíduos ao Paraibuna. O prejuízo dos vizinhos é evidente. Um deles tem um loteamento aprovado em 99.
Porém, o mais grave é o aspecto que envolve a contratação da empresa para implantar e administrar o novo aterro sanitário:
1. O aterro do Salvaterra está licenciado até 2019. Não há pois, urgência para criar um novo.
2. Os custos de tratamento do lixo serão da ordem de R$ 1.000.000,00/mês. Isso mesmo, UM MILHÃO POR MÊS! Ou dez milhões por ano, ou duzentos e cinqüenta milhões por 25 anos, prazo e valor totais do contrato.
3. Esses valores, lógico serão visíveis em breve nos preços das tarifas públicas.
A verdade é que por todo o país a Máfia do Lixo tem feito contratos suspeitos e às vezes criminosos com prefeituras de várias legendas. A coleta e o tratamento dos nossos resíduos se transformaram em um negócio comparável ao tráfico de drogas.
Em nenhum momento se falou na necessidade de implantar campanhas educativas. Criar novos hábitos na produção e no manejo do lixo doméstico; programas de coleta seletiva e reciclagem, etc.
Reduzir a quantidade de lixo, isso sim é o que se tem que fazer.
Ao final da sessão, empreendedores, funcionários da prefeitura e da Feam foram vistos juntos, jantando em restaurante próximo ao hotel Victory.
Fiquei muito curioso de saber quem pagou a conta.