Imagine uma partida de
futebol em que um dos times entre em campo com onze jogadores e o adversário
com dois. Acha justo? Imagine então se o adversário nem pudesse entrar em campo
e mesmo assim o jogo fosse realizado. Acha justo?
É assim o processo eleitoral
no Brasil, legalmente desequilibrado, injusto e parcial. E cumpre a função de
perpetuar no poder os mesmos caciques e seus grupos.
As mudanças exigidas nas ruas
no "Outono Brasileiro" de 2013 nunca vão acontecer, porque quem
controla as regras não vai abrir mão dos seus privilégios conquistados. E daí,
somos obrigados a comprar o ingresso para legitimar o resultado de uma partida com
resultado mais que previsível.
Na minha lista, o jogo fica
democrático de verdade quando:
1. O voto for facultativo.
Tem que ser um direito. Isso aumenta a qualidade do voto.
2. Os candidatos têm que
mostrar conhecimento e competência ao cargo pretendido. Através de um concurso,
como em qualquer regime de seleção. E o TSE deveria excluir quem não está
habilitado. Isso tem que ser um filtro rigoroso para eliminar o lixo eleitoral.
3. Os candidatos aprovados têm que ter direito
ao mesmo tempo de exposição nas principais mídias: televisão e rádio.
4. Os programas de TV e rádio
tem que fazer uma comunicação objetiva das propostas do candidato. Sem emoção,
sem dramaturgia, sem atores. O candidato falando diretamente ao eleitor
explicando suas ideias. Menos marketing e mais política.
5. Do mesmo modo, o candidato
só pode falar dele e de suas propostas. Fica proibida a propaganda negativa.
Foda-se se a estratégia de "desconstruir" adversários funciona. Menos
marqueteiros do inferno.
6. O financiamento público
das campanhas só faz sentido se todos os candidatos credenciados (menos
candidatos e mais qualidade de propostas) tiverem o mesmo recurso para realizar
suas campanhas. Podendo usá-los da maneira que achar mais adequada.
6. Um candidato que ocupa
cargo, deve ser licenciado dele durante todo o período eleitoral. Não podendo
participar de nenhuma atividade do mesmo modo que os governos ficam impedidos
de fazer inaugurações ou lançar qualquer tipo de programa que favoreça os
candidatos da situação.
Quando isso mudar é possível
que a "classe" política possa começar a reconstruir um pouco de
credibilidade.