A vigarice na internet se fundamenta
na predisposição que o ser humano tem de acreditar em qualquer coisa. Isso não
é novo, mas foi potencializado com o ambiente infinitamente volumoso da grande
rede virtual.
O que se observa é que, via de
regra, as pessoas não sabem reconhecer uma mentira. Em muitos casos por burrice,
outros por ignorância e também por preguiça de pensar e duvidar. Vivemos num
momento em que somos encharcados por tanto embuste que é difícil demais
reconhecer a verdade.
É mais fácil engolir qualquer
resposta e dar baixa na lista de dúvidas. Às toneladas, curtem, comentam e
compartilham boatos e mentiras, alguns destrutivos. Caem como patinhos em
armadilhas de hackers que espalham mais vírus que o Aedes. Existe até uma
palavra pra isso: hoax.
Acreditam em qualquer propaganda,
no parceiro que diz "eu te amo", no governo que promete um "ajuste
fiscal" que vai melhorar sua vida e no livro que se arvora ao status de
"a palavra de Deus". Também porque acreditam em Deus, sem, jamais
colocar sua crença em dúvida.
Recentemente vi um vlog com o
título "As Maiores Mentiras da Internet". Aparentemente pretendia
desmascarar boatos e farsas, mas morde o próprio rabo. Quando fala do boato de
que a "Friboi é do filho do Lula" comete o pecado que condena: não
investiga o rumor a fundo. Claro que a Friboi não é do filho do Lula, mas tem
verba do BNDES e da CEF num volume que faz do governo seu sócio. Nesse sentido,
a Friboi ser do Lula ou do Lulinha pode não ser totalmente mentira.
Isso mostra quão frágil é a
película que separa uma coisa de outra. Não falar mentira não significa dizer a
verdade.