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30 de novembro de 2011

FALTA DO QUE PENSAR




Todo mundo quer um iPad.
Pra quê?

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Brasil tem 19 novos milionários por dia, diz Forbes. E quantos ficaram mais pobres para que esses novos milionários surgissem?
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A Nextel fez uma campanha cheia de figurões fazendo cara de mau (incluindo o professor Xavier), que passa a ideia de que eles são superiores a você, mas que se você comprar o produto deles você vai fazer parte do clube.
Gastou uma baba nos cachês, no cenário virtual a la Escher, mas economizou muito nos roteiristas.
Quando abrem a boca, as estrelas apenas repetem bordões de manuais de auto-ajuda que são tão vazios quanto o comercial: "Sonhos não são feitos para passar em branco", "Felicidade é ser eu mesmo" e "Não desista". Que papo furado!

As vantagens técnicas me convencem muito mais.
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Anders Breivik (foto) o lourinho cristão que matou 77 pessoas na Noruega em julho foi declarado inimputável e provavelmente vai escapar da cadeia. Peritos consideraram que ele é insano, vive num mundo com regras próprias e por isso não é responsável pelo que faz.
Eu que não sou tão cristão quanto ele, acho que se ele teve sanidade para planejar e realizar aquela barbaridade tem sanidade também para ser condenado. Que seja executado então no mundo em que vive, com suas regras próprias.
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A Câmara está pra votar uma Lei que transforma o castigo corporal à criança em crime. Isso porque, se não for crime previsto em lei, os pais vão continuar espancando seus filhos porque não entendem por si mesmos que a violência física ou emocional não é educativa.
Mundo cão.
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"Médicos Sem Fronteiras" é uma das organizações mais incríveis da humanidade.
E por que eles têm que pedir esmolas na televisão para continuar salvando vidas? Os governos têm dinheiro para financiar invadir Líbias, construir estádios, mas não gastam com um trabalho tão fantástico?
Mundo cão. (2)  


28 de novembro de 2011

MAIS EXCELSIOR OU SOBRE GANÂNCIAS E INTERESSES




Fala-se em ganância e demoniza-se o proprietário do imóvel.
Não quero defender ninguém, mas chamar a atenção para outros aspectos da questão que em geral não são tocados.

A legislação de tombamento é cruel com o proprietário. Cria uma série de impedimentos e obrigações, além de jogar o valor de mercado no buraco.
Em resumo, funciona assim: define o imóvel como de importância pública (cultural, arquitetônica), mas faz da obrigação de preservação um problema individual.
Ora, se o poder público (através dos órgãos competentes) considera que o imóvel é importante para a cidade, deve desapropriá-lo, incorporá-lo ao seu patrimônio e cuidar da sua preservação. É simples.
Custa dinheiro? Custa. Mas dinheiro só falta para aquilo que não se tem interesse político.

Outro problema são as ferramentas à disposição para tombar um patrimônio ou considerá-lo de importância cultural. São técnicas, burocráticas e limitadas. Lembram-se da casa que havia ao lado do Cine Excelsior? Sua demolição foi autorizada pelo mesmo ritual. A sua preservação era necessária porque fazia bem à cidade. Era linda! Não era art decó, nem art nouveau, nem art cocô. Era parte da identidade da cidade. Era um lugar que provocava nossas melhores fantasias.

Como ela, muitas se foram, porque os arquitetos e especialistas não consideram importantes.
E assim está indo o Excelsior, porque a lei não encontra significado num cinema que encheu a vida de milhões de espectadores durante décadas.

As leis precisam ser modificadas.
O poder público precisa mostrar o tamanho do seu pau (desculpem).
A cidade precisa mostrar que merece a riqueza que despreza.

Culpar só o dono é injusto e não resolve nada.

27 de novembro de 2011

EX-CELSIOR




Está sendo enterrado um dos mais grandiosos monumentos da memória cinematográfica juiz-forana, o Cine Excelsior.

A sentença do Conselho do Patrimônio Cultural (COMPAC) não considerando o lugar de relevância cultural foi a senha para o desmanche. (E qual é então a importância cultural do COMPAC se ele não consegue salvar nossa memória?)

A agonia da casa vinha se arrastando há quase duas décadas e culmina na suposição de que vai virar estacionamento.

O Excelsior era um lindo dinossauro. Pertence a uma época em que o cinema era um espetáculo grandioso. Os grandes cinemas morreram e com eles morreu o grande cinema. As salas de shopping exibem sucessos. Não há mais arte ali. Não há nada errado nisso se pensarmos que de resto, o mundo virou a mesma coisa, um lugar cada vez mais com menos.

Juiz de Fora perde mais um marco importante da sua identidade e está ficando cada vez mais um lugar de compras, faculdades e baladas de bebida liberada.
Juiz de Fora está virando uma cidade sem alma, sem face própria, decadente no pior sentido que a palavra pode ter, embora os números de faturamento e IDH possam me contrariar.

Vão dizer que o atual proprietário destruiu o Excelsior.
Mas foi a cidade que deixou que acontecesse. Um pacto silencioso de desinteresse de uma população que não dá valor ao que tem e ao que é.
E à frente, os agentes públicos municipais, que teriam poder para fazer alguma coisa efetiva e se ativeram ao cumprimento de despachos burocráticos.

Fico triste pelo que a cidade perde. Mas tenho mais pena da própria cidade que o perde.

Acorda Juiz de Fora!

1 de novembro de 2011

INEPtos








1.  Diz-se daquele que não tem habilidade(s) ou aptidão (para algo): Era inteligente, mas inepto para a função. [ Antôn.: apto]

2.  Que não é inteligente; a quem falta inteligência; IDIOTA; IMBECIL; PARVO [ Antôn.: esperto]
3.  Que denota falta de inteligência, estupidez ou ingenuidade: Sua conversa era inepta e inútil.
sm.
4  Aquele a quem falta aptidão, ou que carece de inteligência; indivíduo inepto.
[F.: Do lat. ineptus, a, um. Hom./Par.: inepto (a. sm.), inapto (a. sm.).]


A piada é que o Ministro Fernando Haddad pode pedir música no Fantástico porque marcou gol contra por três anos seguidos.

Eu gostaria de entender o ENEM.
Primeiro, parece ser apenas mais um vestibular, outra modalidade de seleção baseada numa prova.
Segundo, dizem os "especialistas" - e eu odeio essa gente - que o ENEM testa a capacidade de raciocínio, a inteligência. Deus do céu, uma prova com 90 questões só testa resistência.
Terceiro, porque continua não sendo justo submeter alunos que vivem em condições complexamente diferentes a um mesmo critério de avaliação.

Além disso, surgem as dificuldades próprias do gigantismo.
Como controlar um sistema dessa proporção?

E por fim, os ineptos do INEP insistem em dizer que não houve vazamento. Claro que não, porque vazamento seria uso clandestino do material. No caso, o próprio INEP fez jorrar as questões usando-as nos pré-testes. Foi um "vazamento oficial".

E justificar dizendo que o banco de dados é insuficiente é confessar a mais absoluta incompetência para administrar o exame. Como assim? Não existem professores no país capazes de produzir questões suficientes para alimentar esse banco.

Vai mal o sistema que pretende selecionar nossa elite intelectual.