Os
governos não sabem lidar com a opinião.
Opinião,
pra eles, é crítica e quem critica é adversário e adversário é inimigo. E
inimigo tem que ser eliminado, neutralizado.
Nos
corredores dos palácios se diz: “Quem não está conosco está contra”.
Quem
viveu os anos 70 e redondezas, conviveu ou enfrentou as mazelas da censura. Era
lei, oficial, uma instituição organizada e visível. Havia regras.
Com
o advento da nova democracia brasileira se quer fazer crer que não há mais
censura, porém (não apenas acho, mas sinto na pele), ela apenas se adequou a
uma forma mais flexível de operação.
Especialmente
tendo à mão as novas ferramentas tecnológicas, toda opinião é rastreada e
controlada. Por “controlada” entendo uma estratégia de controle de danos.
Num
sistema que se inspira no estalinismo, na Gestapo, no Big Brother orweliano e
em coisas assim, empresas especializadas monitoram tudo que se diz nas redes e
mídias, montando a seguinte equação:
O que se diz > quem diz > qual o alcance (quantitativo)
>
qual a repercussão (qualitativo) > consequências.
No
item “consequências” discute-se formas de ação para reverter o que for
considerado negativo, que vão desde enfrentar com argumentos até sufocar a
pessoa considerada inimiga. Para essa, as portas se fecham, os recursos somem,
os “amigos” desaparecem e ela é deixada à míngua até se tornar um ninguém.
Se
você “fala mal” de um governo e não sente consequências saiba que isso só
acontece porque para esse governo você não é considerado “alguém”.
As
empresas privadas operam da mesma maneira, com a diferença que algumas
atingiram a maturidade de transformar críticas em melhorias do seus produtos e
serviços.
Quer
sobreviver no mundo? Cale a boca e aprenda a fingir um belo sorriso.