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30 de janeiro de 2009

O TQ E A CENSURA

DOMINGO TEM TROPA DE ELITE DA GUARDA MUNICIPAL DE JUIZ DE FORA
Novos uniformes, novas cenas. Imperdível!
Levante essa bunda gorda e vá agora mesmo ao trailer da APAC comprar seu ingresso!
Só R$ 7,00.
O show é dia 01, domingo, 19h no Theatro Central.




O TQ foi criado em 1979 quando o país ainda era (des)governado por uma ditadura militar.

Naquela época, um grupo teatral para apresentar um espetáculo, precisava submeter o texto à apreciação dos censores e fazer um ensaio geral prévio. (Mais ou menos o que a Academia faz hoje). O texto vinha cortado (às vezes literalmente) e o agente da Polícia Federal dizia o que podia ou não ser mostrado ao público.

Em 1980 tivemos que comparecer à Justiça Militar para responder sobre o conteúdo do jornal "Unibairros". Graças ao socorro dos nossos advogados - Dr José de Castro e Dra Aidê - saímos bem.

Hoje em dia a censura ficou esperta. Ela não se assume e nem mostra a cara. Covardemente não faz, manda fazer.

Recentemente, o programa Os Invasores foi retirado do ar depois de recebermos dois recados vindos do gabinete.

O programa da TV, Paraybuna Connection, saiu do ar na TV Visão por pressão de um grupo de empresários que não gostava das nossas opiniões sobre a Mata do Krambeck.

Migramos para a TVE e fomos novamente convidados a encerrar o programa, dessa vez, depois de uma entrevista com o jornalista Laerte Braga sobre o esquema milionário do lixão de Dias Tavares.

Deve ter uns quatro anos que a TV Panorama não dá - nem em nota - notícia alguma do grupo. Não por falta de assunto, mas por veto da direção.

Montamos o espetáculo "Tropa de Elite da Guarda Municipal" e as pressões foram muitas: recados, avisos, apreensão de material (ainda no governo Bejani). Acabaram todos os tipos de apoio oficial para o grupo.

Na Juiz de Fora de hoje - fiel à tradição de ter sido a cidade onde o Golpe Militar de 64 foi arquitetado - qualquer praça acha que pode "apreender" um banner de teatro.

Até hoje não tenho notícias oficiais de punições ou conseqüências.

Nossa "arma" é o bom humor, que só incomoda aos que querem fazer do mundo um vale de choro e ranger de dentes. Nossa resposta será sempre dada nos palcos. Perdemos programas, patrocínios e banners, mas não perdemos a piada.


LDL 233



Estou muito orgulhoso por ter feito minha primeira lasanha de berinjela. Tudo por causa do meu colesterol. Nigelamente, compartilho a receita com meus queridos leitores:

MOLHO DE TOMATE
Tire a pele e o caroço dos tomates (parta, retire as sementes com uma colher e dê uma rápida fervura na polpa. Em seguida coloque em água fria. A casca solta toda.). Bata com cenoura e cebola. Cozinhe com seus condimentos favoritos. Reserve.
BERINJELA
Parta a berinjela em fatias finas. Unte com azeite e sal. Pegue uma frigideira de teflon (sem óleo) e dê uma queimadinha nas fatias de berinjela. Isso mesmo, queime! Essa queimadinha é que vai fazer a diferença!.
MONTAGEM
Monte as camadas com molho, berinjela e queijo branco. No final, parmesão e forno (sem laminado). Uns 20 minutos. Sirva com arroz integral e vinho tinto.

É pra comer ajoelhado e chorando!

Em tempo - Esse detalhe de queimar a berinjela quem me ensinou foi a amiga Vivian.


ALHOS E BUGALHOS



A constituição garante o direito ao palpite. Porém entendo que apenas uma pesquisa de opinião pode identificar objetivamente motivos e causas. Assim mesmo, com margem de erro.

Na Campanha de Popularização, o preço do ingresso tem sido alvo de comentários. Há quem considere que R$ 7,00 não é um valor "popular". Há ainda gente que vai ao trailer, pega o ingresso e sai. Alertada que não pagou, questiona: "Mas é teatro de Juiz de Fora! Tem que pagar?"

Ao questionar o preço do ingresso é importante que se saiba que aqui em Juiz de Fora temos alguns dos teatros mais caros do Brasil.

O aluguel do Central custa R$ 2.400,00 por dia! A Pró-Música e o Solar cobram R$ 600,00. Nestes, o produtor tem ainda despesas adicionais com luz, som e pessoal. Para se comparar, teatros considerados caros de Belo Horizonte custam R$ 400,00 e têm todos os equipamentos. O Grande Teatro do Palácio das Artes (o grifo é proposital), no período da Campanha de BH cobra dos grupos 10% da bilheteria, o que permite que artistas e público possam ir àquela casa.

Enquanto o Carnaval de Juiz de Fora recebe R$ 1.400.000,00 da Prefeitura, a Campanha de Popularização receberá R$ 7.000,00 (0,5%) da Funalfa.

O show que se vê no palco, para acontecer, teve as seguintes despesas: aluguel do teatro, direitos autorais, luz, som, técnicos, divulgação, figurinos e cenários. O que sobra (kkkkkkkk) é dividido entre diretores, produtores e elenco.

Na verdade, quem financia a Popularização aqui são os grupos de teatro e de dança que, na maioria, estão tendo prejuízos para oferecer cultura ao povo.


Há também quem discuta a qualidade de alguns espetáculos, e eu rebato com uma pergunta curta e grossa: essa cidade é melhor do que o teatro que ela tem?