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12 de junho de 2014

VAI TER COPA




Claro! E por um motivo simples: é um evento que envolve interesses de bilhões de dólares.

Essa é a décima primeira Copa que eu assisto. E é fato, contra ou a favor, nunca vi uma Copa do Mundo com um clima tão estranho, ambivalente. O povo dividido, poucos espaços decorados e uma avalanche de notícias ruins.
Sempre foi comum o pessimismo em relação ao time. Mas, dessa vez, a seleção era a menor das preocupações.  

Depois de tanto que se falou, se fala e vai se falar, quero registrar alguns pontos, porque se há uma coisa que me irrita é essa manobra que a mídia faz para repetir tanto uma informação até que ela seja transformada em verdade.

1. A Copa é um evento privado, não é um evento público. Um grupo de pessoas ganha muito dinheiro com ele. Criar essa confusão entre público e privado faz parte de uma grande estratégia de criar facilidades e mobilizar essa coisa idiota chamada patriotismo.

2. Quando o governo brasileiro e o congresso assumiram compromissos tinham tempo suficiente para realizar todas as obrigações assumidas. E o grande mote para fazer deste um plano vencedor (aqui, entenda-se assumir compromissos e recursos públicos) era o bendito “legado”.

3. Vieram as manifestações e as feridas começaram a ser expostas. Promessas e compromissos começaram a ser desfeitos da maneira mais irresponsável e desavergonhada possível. E o tal legado mostrou-se um engodo.

4. O povo adora futebol e quer a Copa (exceto uma minoria). O que todos (ou a maioria) detestam é a mentira e a irresponsabilidade dos que prometeram e mais uma vez não fizeram. Esse é o ponto. Nossa imagem, mais uma vez, corre o risco de ser maculada como um país que não deve ser levado a sério.

5. Na reta final, toda a mídia recebeu o recado do departamento comercial: pessimismo não vende cerveja. Por favor, vamos mudar o foco e começara tratar positivamente do evento.  

E a Copa vai acontecer e dois legados restarão:

O primeiro é o intenso debate que emergiu, que certamente trará consequências, inclusive sobre as eleições que acontecem em seguida.

O segundo é ver que existe aqui um potencial de gentileza, de acolhimento, de alegria do povo, que quando não são prejudicados e contaminados pela ganância e pela corrupção, indicam o ambiente para grandes realizações.

Perdemos a Copa de fazer um trabalho magnífico. Na bola, que vença o melhor.