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29 de abril de 2014

#EUNÃOSOUMACACO


Ninguém que está lendo este texto é um macaco. Os negros não são macacos. Nem os brancos.

Não podemos assumir a ofensa que vai muito além do preconceito pela cor da pele.
Quando se chama um negro de macaco (seja jogando-lhe uma banana ou imitando ruídos de um primata selvagem), o que se pretende é tirar dele a humanidade. É “rebaixá-lo” à condição de animal e a partir daí ter as condições de tratá-lo como tal, aprisiona-lo, abatê-lo, colocá-lo na condição de supostamente inferior. Os colonizadores usavam esse discurso para dominar e exterminar populações e nações inteiras.

Essa discussão do racismo tem sido tratada com muita emoção e pouca inteligência pela mídia. O racismo é apenas uma das facetas do preconceito e da discriminação que opera da mesma maneira quando segrega por religião, nacionalidade, sexo, bandeira política e qualquer outro traço que defina uma identidade.

O ser humano é bem pior do que gostamos de imaginar. A história da humanidade é muito mais uma história de conflitos por diferenças que tentativas de comunhão. O ser humano é estúpido. E o racismo é apenas uma dessas janelas onde podemos ver quem somos.

Tratar o racismo isoladamente é jogar pra torcida, é ignorância ou marketing.
Comer a banana do racismo é entrar na jaula.


Digo não à banana. Digo não ao racismo. Digo não a toda forma de discriminação, a tudo que cria fronteiras entre pessoas e justifica violência contra quem quer que seja.