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15 de julho de 2014

O MEU BALANÇO DA COPA EM 10 PONTOS




1. Não encontro nenhum dado objetivo para que essa seja chamada de “A Copa das Copas”. É só um bordão governista. Mas, sem dúvida, pelos padrões brasileiros, o governo Dilma tem o que comemorar.

2. Entre os pessimistas-catastrofistas esperava-se um fiasco na organização e um sucesso no campo. O que aconteceu foi mais ou menos o contrário.

3. Tivemos belos jogos, mais pela emoção que pela bola. Na verdade, acho que houve um nivelamento por baixo, com raras exceções. Entre elas, a Alemanha, que mostrou a eficiência do coletivo.

4. O fracasso brasileiro no futebol nos dá a oportunidade de aprender que estamos fazendo tudo errado nessa área. Que nosso sucesso é apenas de carreiras individuais. A reforma tem que começar quebrando a estrutura corrupta da CBF.

5. O evento funcionou muito bem. Mas não se pode esquecer que uma grande parte das obras prometidas não foi realizada. O esquema “artificial” (feriados, restrições, sobrecarga de pessoal, etc.) garantiu que tudo corresse bem. Resta ver como o país vai funcionar daqui pra frente. Se as intervenções foram emergenciais ou estruturantes.
A queda do viaduto em BH não pode ficar de fora dessa avaliação, pois, tudo leva a crer que a causa do colapso da obra está ligado ao “jeitinho brasileiro” de fazer as coisas.

4. O alardeado “Padrão FIFA” não se garantiu. Eles não foram tão eficientes quanto exigiram. As festas de abertura e encerramento foram fiascos; a arbitragem foi no mínimo fraca; faltou comida nos estádios, etc., etc. E ainda devem explicações sobre o escândalo dos “cambistas oficiais”.  

7. Quem ganhou dinheiro? A FIFA, com certeza. Embora a sua contabilidade seja – por contrato – uma caixa preta, uma vez que eles não declaram renda e/ou pagam impostos. A indústria do turismo: hotéis, restaurantes, empresas de transporte, etc. Prestadores de serviço e comércio dedicado ao evento. Estima-se em R$ 6 bi.

8. Quem perdeu dinheiro? O resto do país, com feriados e outras restrições criadas pelo evento. Estima-se em R$ 14 bi. Não está contabilizado como perda o gasto com a construção dos estádios – estimado em R$ 12bi embora tenha havido muita corrupção e superfaturamento.

9. O melhor da Copa, pra mim, não foram os jogos. Foi a convivência entre pessoas de culturas diferentes. Como é bom ver, que seja por instantes, desaparecerem as fronteiras. Nota triste à chatice e ao explícito racismo argentino, um povo que caminha na contramão da humanidade.

10. Se a Copa trouxer votos para Dilma e o PT, mérito deles que se esforçaram muito.
Minha opinião continua a mesma. Seguimos sendo o país do improviso, da obra inacabada, do atraso e da falta de compromisso, da emergência. E acho ruim que um evento tão mal planejado e realizado tenha dado certo porque continuamos acreditando que, no final, na hora H, “a gente sempre dá um jeitinho”.

A Copa deu certo, apesar da nossa displicência e não por causa dela.

No mais, feliz porque eu ganhei um bolão onde cravei a final entre Alemanha x Argentina, e a vitória previsível do melhor time. 

12 de julho de 2014

A HISTÓRICA GOLEADA ALEMÃ




O resultado da decisão no Maracanã no próximo domingo tem um valor menor.  Pra mim a Alemanha é a Campeã dessa Copa. Se tivermos humildade suficiente, temos a oportunidade de crescer enquanto povo, enquanto civilização e até enquanto desportistas.

E se você não viu, aqui estão os SETE GOLAÇOS que a seleção alemã fez, não contra, mas no e a favor do Brasil.

1º GOL – A Alemanha optou por construir um Centro de Treinamento em Sta. Cruz de Cabrália que será deixado como legado para a comunidade.

2º GOL – A comitiva alemã estabeleceu com a comunidade baiana uma relação de integração, ao ponto de fazer reuniões para discutir protocolos de segurança que dificultavam o relacionamento.

3º GOL – Eles deram uma lição de simpatia, quebrando aquela imagem preconceituosa de “frios”.

4º GOL – Doaram 10 mil euros para a compra de uma ambulância para os índios pataxós.

5º GOL – Reformaram e gramaram um campo de futebol para a comunidade.

6º GOL – Vão financiar uma escola de atividades em período integral para as crianças da comunidade.

7º GOLAÇO – Nos mostraram a beleza e a superioridade de um futebol coletivo que não é baseado em estrelas individuais, mas num time. Enquanto criamos nossas crianças para competir no mercado, para tratar o colega de sala como um potencial rival num vestibular, eles fortalecem a filosofia da equipe, da solidariedade, de interação.

Entrega a taça pra eles. Pra nós, resta querer aprender e crescer.

PS - Enquanto isso, só se discute a humilhante derrota de um time de futebol, que, com certeza, aqui no Brasil se considera uma coisa muito mais importante.