. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Opinião disfarçada de notícia, by Gueminho Bernardes
20 de fevereiro de 2008
NOSSOS RESTOS
POR QUE TEMOS VEREADORES TÃO RUINS?
Imagine um mundo em que você decida seu horário de trabalho, as condições para acessar sua carreira, seu plano de aposentadoria e até mesmo seu salário. E suas decisões virem leis.
Não seria maravilhoso?
Pois bem, assim é o mundo dos nossos legisladores, vereadores, deputados e senadores.
Hoje são a categoria menos crida pela população. Vi uma pesquisa onde apenas 0,5% dos entrevistados afirma confiar nos políticos.
E mesmo assim eles continuam decidindo sobre seus interesses e os nossos.
Muito se tem falado numa reforma política, mas alguém acredita que eles próprios poderão criar novas regras que lhes dificultem a vida? Alguém acha que eles vão dar um tiro no pé?
A única maneira de resolver esse paradoxo seria criar uma outra instância legislativa formada por notáveis da nossa sociedade, que nunca tivessem ocupado cargos eletivos nem pertencessem à direção de partidos. Aí sim teríamos uma assembléia mais ou menos isenta para criar novas regras ao funcionamento da atividade política: horários, salários, pré-requisitos para o exercício da função, etc.
O resto é enrolação.
MAS, POR QUE TEMOS VEREADORES TÃO RUINS?
Várias vezes já se propôs que houvesse uma espécie de vestibular para selecionar os candidatos. Há quem ache que é função dos partidos fazer este preparo.
A verdade é que 2/3 dos nossos vereadores têm um 'pobrema' (sic!), eles não fazem idéia do que seja sua cidade, de como ela funciona e principalmente do que ela precisa para funcionar melhor. Em geral são lideranças de redutos ou o que é pior, de uma seita religiosa. Têm uma visão limitada. Assim, eles se tornam marionetes nas mãos de lobistas e do principal lobista que é o executivo municipal.
LIXO E LUXO
Foi um luxo a audiência sobre o lixo.
Um luxo de erros, equívocos, trapaças, mentiras, balelas, sofismas e relatórios de impactos ambientais.
A começar pela escolha do lugar da audiência, feita pela FEAM, "órgão que tem por finalidade executar, no âmbito do Estado, a política de proteção, conservação e melhoria da qualidade ambiental".
Muita gente ficou de fora e teve sua possibilidade de expressão limitada.
O projeto apresentado pareceu perfeito, mas é só uma casca cosmética. Bastou uma ou duas intervenções de professores da UFJF para que a exposição fosse desmoralizada.
Os danos provocados ao meio ambiente serão enormes. O Córrego do Barbeiro (de categoria 1) passa dentro do aterro e levará seus resíduos ao Paraibuna. O prejuízo dos vizinhos é evidente. Um deles tem um loteamento aprovado em 99.
Porém, o mais grave é o aspecto que envolve a contratação da empresa para implantar e administrar o novo aterro sanitário:
1. O aterro do Salvaterra está licenciado até 2019. Não há pois, urgência para criar um novo.
2. Os custos de tratamento do lixo serão da ordem de R$ 1.000.000,00/mês. Isso mesmo, UM MILHÃO POR MÊS! Ou dez milhões por ano, ou duzentos e cinqüenta milhões por 25 anos, prazo e valor totais do contrato.
3. Esses valores, lógico serão visíveis em breve nos preços das tarifas públicas.
A verdade é que por todo o país a Máfia do Lixo tem feito contratos suspeitos e às vezes criminosos com prefeituras de várias legendas. A coleta e o tratamento dos nossos resíduos se transformaram em um negócio comparável ao tráfico de drogas.
Em nenhum momento se falou na necessidade de implantar campanhas educativas. Criar novos hábitos na produção e no manejo do lixo doméstico; programas de coleta seletiva e reciclagem, etc.
Reduzir a quantidade de lixo, isso sim é o que se tem que fazer.
Ao final da sessão, empreendedores, funcionários da prefeitura e da Feam foram vistos juntos, jantando em restaurante próximo ao hotel Victory.
Fiquei muito curioso de saber quem pagou a conta.
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