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10 de outubro de 2008

I WANT TO BELIEVE




Minha amiga Érica Delgado - ainda digerindo o resultado das urnas - disparou um desabafo aos mais próximos. Respondi a ela.

Querida Érica

Eu tinha menos de dezoito anos quando comecei a travar minhas primeiras batalhas acreditando na construção de um mundo melhor. Eu sonhava que quando tivesse a idade que tenho, viveríamos num mundo solidário, justo, generoso, humanizado.

O que vejo hoje é que as liberdades democráticas pelas quais lutamos tanto, serviram a interesses de um mercado oportunista que reduziu o mundo a uma praça de consumo. E tudo está sendo tragado por este buraco-negro: as artes, a religião, a política, a ciência, a humanidade enfim.

Seduzidos pela modernidade somos levados a acreditar que a vida melhorou porque temos internet, celulares e TVs de alta definição. Liberdade hoje é poder desbloquear seu iPhone.

Nessa última eleição pude constatar o estrago que está sendo feito aos mais preciosos valores de uma sociedade. Candidatos pagando, não só o churrasco, mas a cocaína que seria consumida nele; alunos de uma escola de alto nível combinando o voto no Tico-tico "só de sacanagem"; e a venda do direito do voto - pelo qual muitos derramaram seu sangue - por qualquer merreca.

Querida, o buraco está bem mais fundo e o trabalho é grande.

Precisamos nos encontrar humanamente. Nos redescobrir nus. Segurar as mãos, abraçar, beijar, cantar, dançar, falar, ouvir, pensar e sentir. Nos redescobrir irmãos.

Há muito que fazer.
É hora de aprender com a derrota e revertê-la a nosso favor. Dialeticamente não há perda sem ganho.

Acredite.

2 comentários:

  1. É isso aí , Gueminho ,há muito o que fazer, não podemos deixar de lutar, não vamos deixar a podridão tomar conta de nós. Só de poder lutar de cabeça erguida, com dignidade, decência, estamos fazendo a nossa parte.Quem sabe consiguimos contagiar as pessoas de mentes fracas e deixar o buraco menos fundo?
    Gosto desse seu modo humano de ser! Beijos querido!

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  2. Votei em vc, quem perdeu fomos todos nós, que teriámos alguém fazendo a diferença.

    Anderson Marinho.

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