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14 de setembro de 2011

FARELOS DE POLVILHO

A fama que Edu Sterblitch conquistou no Pânico levou mais de três mil pessoas para ver seu show no Theatro Central no último fim de semana. Nos comentários, alguns se sentiram enganados, ofendidos e desrespeitados, "tratados como idiotas" pelo ator.

Eu vejo a coisa quase ao contrário. Quem trata o público como idiotas são alguns comediantes de piadas fáceis, cheias de lugar comum, que ganham dinheiro repetindo bordões que todo mundo quer ver e ouvir. É como se eles dissessem: "Vou fazer um show superficial, porque é só o que vocês conseguem entender".

O espetáculo "Minhas Sinceras Desculpas" é indigesto, agressivo, incômodo e porque quer ser assim, desafiador. Quer mexer com as tripas da audiência. Mas, acima de tudo tem muita qualidade em todos os detalhes. E a maior delas é o desempenho do ator.

Edu é grande! Sua performance é arrebatadora. Numa cena teatral de tanta bolacha sem sal, Edu é um biscoito fino, raro. É o ator enlouquecido, um artista, como estamos pouco habituados a ver.

Que me perdoem todos aqueles que se decepcionaram, mas a arte precisa cumprir seu papel de provocar o santo vômito da reflexão. Ele pede desculpas no título do espetáculo. Pregou uma peça na plateia. O levou a acreditar que veria uma bobagem qualquer e fez você assistir a um grande espetáculo do melhor teatro.

4 comentários:

  1. Qual é o título do espetáculo?

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  2. Pára né Gueminho!

    Incomodar não é chegar em cima do palco e narrar como foi enfiar uma escova de dente no rabo!

    Desafiador não é começar a peça naquele canto e narrar todas as demais possibilidades que ele poderia ter feito...

    Ser inovador não é falar mal de quem faz x-burguer e depois falar mal de quem não ajuda mendigo.

    Agressivo não é chamar a platéia de burra, isso em parte é verdade. Afinal muita gente riu com ele coçando o saco e falando palavrão.

    Ir ao teatro não é sentar numa platéia e ver o cara falando: "minha peça vai ter uma hr e meia de duração, vai ser assim e assado, blá, blá, blá"... Ir ao teatro é ir e ganhar cultura, é ir e sorrir, chorar, as vezes é sentir raiva também, mas não de ter gasto 60 reais por uma falta de respeito dos organizadores e do ator.

    Na próxima, espero com toda o meu suor que dou no trabalho para me dar ao luxo de ir nas caras peças teatrais de JF, que seja quem for o organizador e o ator que sejam verdadeiros: "essa peça não é engraçada!", "essa peça pode te fazer passar raiva"...

    60 reais hoje é muito dinheiro! Diversão hoje pode até ser "Quem trata o público como idiotas são alguns comediantes de piadas fáceis, cheias de lugar comum, que ganham dinheiro repetindo bordões que todo mundo quer ver e ouvir", mas, mesmo assim ainda é diversão e para muitos faz falta no cotidiano, era no polvilho que esses teriam.

    Pena que ficou no teriam...

    Forte abraço

    Luiz Henrique Freitas (ação jovem é a única conta no google que tenho)

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  3. Mandou bem Gueminho!
    Edu é um artista raro.
    Deixa te perguntar, onde achamos as fotos que foram tiradas no final da peça?
    Qual site que cobriu mesmo?

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  4. Acho que o Edu é capaz de fazer peças com um conteúdo bem melhor que esse..... gostaria de registrar tbm que o som da apresentação estava horrível, por vezes não entendi nada do que ele disse.

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