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6 de junho de 2012

BANHA DE PORCO



Foi muito pra mim. Três pancadas numa semana só.

Primeiro, a notícia da criação do Consórcio Intermunicipal de Cultura da Zona da Mata que deixa Juiz de Fora de fora. O detalhe é que a ideia nasceu e foi fermentada aqui.

Segundo, o choque de ver que no lugar da tradicional Joalharia Meridiano hoje opera uma operadora de telefonia. Claro! Não sei por que motivos, mas trabalhei lá e sou mais que um amigo da família. Sei o quanto aquela loja representa pra eles e imagino como deve ter sido difícil. Sofri.

E terceiro, pela enésima vez e para não deixar dúvidas, o COMPPAC (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural) cuspiu na nossa memória afetiva e negou o tombamento do Cine Excelsior. Não viu motivos técnicos para preservar o lugar. Tombaram a Banda Daki, o Miss Gay e até mesmo o Apito do Meio Dia (ironicamente o que restou da Joalharia Meridiano), mas não conseguem entender que o Cinema Excelsior tenha importância cultural.

Pobre Juiz de Fora, cada vez mais pobre.
Aos 162 anos vai derrubando e enterrando sua história.
Chorar por quê? Temos o melhor torresmo do mundo (que, acho, ainda não foi tombado).
É o que vamos oferecer aos nossos netos e visitantes: um prato de torresmo.

De Manchester Mineira, de Princesa de Minas, de pioneira na energia elétrica, no cinema, de grande polo industrial e cultural vamos nos tornar a Capital Nacional da Gordura de Porco Frita.

3 comentários:

  1. Lamentável!
    Por isso quem vai embora da cidade não olha para trás, não sente saudade, afinal, sentir saudades de quê?!
    As histórias que contaremos aos nossos filhos e netos é de uma política imunda e manipuladora que enterra nossas memórias com soberania e mão firme e negligência o básico com displicência e falta de vergonha na cara.
    Pelo menos tenho mais orgulho o torresmo do que o que esses alienados tombaram e que, para maioria, não exerce a menor relevância.

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  2. Nao nasci mas cresci em JF, estou ha 5 anos morando fora e qdo volto dou valor a muitas coisas q para mim eram "banais".. é a tal memória afetiva, aquela q te faz sentir-se de um lugar, q traz lembranças, histórias.. Isso não é feito só de prédios belos ou antigos, é feito de lugares q vc frequentou, q conheceu gente, q namorou, q chorou, enfim.. Um órgão como o COMPPAC não entender ou não qrer entender o atual conceito de Patrimônio Cultural é algo lamentável para sua credibilidade e para imagem da cidade. Imagino o dia q voltarei a JF e não terei onde ir, nenhuma historia p contar q nao seja uma vaga lembrança e a certeza de nao qrer voltar, afinal loja de shopping tem em todo lugar. Gueminho, n te conheço pessoalmente mas parabéns por ter levantado a bola e pelo ótimo texto.. passarei adiante..

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  3. Tem o pão alemão que também foi tomabado.. já dá pra acompanhar o torresmin...

    Estou morando há 6 anos aqui, vim do interior do Rio, sempre achei Minas em geral um estado que gera cultura. Aqui, nestes 6 anos fiz faculdade de cinema, montei uma pequena produtora de animação e levo o nome dessa cidade que me acolheu e eu adotei pra mim em minhas produções...
    Triste ver que um bando de conselheiros, que deveriam, mas que parecem não ter, ligação com a cultura, é que decidiam sobre o futuro do Cine Excelesior...

    Cacinho

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