Foi muito pra mim. Três pancadas numa semana só.
Primeiro, a notícia da criação do Consórcio Intermunicipal de
Cultura da Zona da Mata que deixa Juiz de Fora de fora. O detalhe é que a ideia
nasceu e foi fermentada aqui.
Segundo, o choque de ver que no lugar da tradicional
Joalharia Meridiano hoje opera uma operadora de telefonia. Claro! Não sei por
que motivos, mas trabalhei lá e sou mais que um amigo da família. Sei o quanto
aquela loja representa pra eles e imagino como deve ter sido difícil. Sofri.
E terceiro, pela enésima vez e para não deixar dúvidas, o
COMPPAC (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural) cuspiu na
nossa memória afetiva e negou o tombamento do Cine Excelsior. Não viu motivos
técnicos para preservar o lugar. Tombaram a Banda Daki, o Miss Gay e até mesmo
o Apito do Meio Dia (ironicamente o que restou da Joalharia Meridiano), mas não
conseguem entender que o Cinema Excelsior tenha importância cultural.
Pobre Juiz de Fora, cada vez mais pobre.
Aos 162 anos vai derrubando e enterrando sua história.
Chorar por quê? Temos o melhor torresmo do mundo (que, acho,
ainda não foi tombado).
É o que vamos oferecer aos nossos netos e visitantes: um
prato de torresmo.
De Manchester Mineira, de Princesa de Minas, de pioneira na
energia elétrica, no cinema, de grande polo industrial e cultural vamos nos
tornar a Capital Nacional da Gordura de Porco Frita.
Lamentável!
ResponderExcluirPor isso quem vai embora da cidade não olha para trás, não sente saudade, afinal, sentir saudades de quê?!
As histórias que contaremos aos nossos filhos e netos é de uma política imunda e manipuladora que enterra nossas memórias com soberania e mão firme e negligência o básico com displicência e falta de vergonha na cara.
Pelo menos tenho mais orgulho o torresmo do que o que esses alienados tombaram e que, para maioria, não exerce a menor relevância.
Nao nasci mas cresci em JF, estou ha 5 anos morando fora e qdo volto dou valor a muitas coisas q para mim eram "banais".. é a tal memória afetiva, aquela q te faz sentir-se de um lugar, q traz lembranças, histórias.. Isso não é feito só de prédios belos ou antigos, é feito de lugares q vc frequentou, q conheceu gente, q namorou, q chorou, enfim.. Um órgão como o COMPPAC não entender ou não qrer entender o atual conceito de Patrimônio Cultural é algo lamentável para sua credibilidade e para imagem da cidade. Imagino o dia q voltarei a JF e não terei onde ir, nenhuma historia p contar q nao seja uma vaga lembrança e a certeza de nao qrer voltar, afinal loja de shopping tem em todo lugar. Gueminho, n te conheço pessoalmente mas parabéns por ter levantado a bola e pelo ótimo texto.. passarei adiante..
ResponderExcluirTem o pão alemão que também foi tomabado.. já dá pra acompanhar o torresmin...
ResponderExcluirEstou morando há 6 anos aqui, vim do interior do Rio, sempre achei Minas em geral um estado que gera cultura. Aqui, nestes 6 anos fiz faculdade de cinema, montei uma pequena produtora de animação e levo o nome dessa cidade que me acolheu e eu adotei pra mim em minhas produções...
Triste ver que um bando de conselheiros, que deveriam, mas que parecem não ter, ligação com a cultura, é que decidiam sobre o futuro do Cine Excelesior...
Cacinho