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4 de novembro de 2013

QUEM TEM UM BAGO É REI


Juiz de Fora, onde estão sua bolas? Seus culhões, cadê?

Se eu tivesse que definir em uma frase o problema de Juiz de Fora eu diria: faltam culhões.
Culhões - ou colhões - são bagos, bolas, testículos (ovários, por que não?). A expressão – toleravelmente machista – significa falta de coragem ou de competência. E é esse, basicamente, o problema dessa cidade.
Questões importantes se arrastam por décadas, empurradas com a barriga, passadas de uma gestão à outra, repetindo o vício cruel de “deixar a herança maldita ao próximo” ou “negar o legado do antecessor para não lhe dar crédito”.

E não é justo botar na conta desse ou daquele prefeito. Já é um traço cultural de nossas lideranças, da nossa mídia e da nossa gente.
Quem tem aqui um pequeno quintal se arvora ao título de “Duque do Cantinho do Barranco do Alto do Bairro de Lourdes”. E por falta de culhões, se fecha no seu pequeníssimo domínio e morre sufocado no próprio medo. Medo de interagir, medo de mudar, medo de modernizar, medo de compartilhar.

Apenas num rápido levantamento da dívida que a cidade tem com a história, relacionamos:

. As obras do Paschoal Carlos Magno, que começaram em 1982. Época em que – salvo engano - foi feita a última reforma do Parque Halfeld, hoje uma ferida no nosso coração.  

. A linha férrea que rasga a dinâmica da cidade. Com a eterna desculpa da falta de dinheiro para tirar esses benditos trilhos ficamos fazendo remendos e gambiarras para minorar o impacto que eles provocam.

. A poluição do Rio Paraibuna, tema tão antigo e recorrente quanto a seca do nordeste. Faz um triste retrato de um esgoto a céu aberto de norte a sul.

. O sistema de transporte coletivo cujos ônibus tem o mesmo leiaute há 30 anos, tão ultrapassados quanto o seu modo de gestão. O sistema troncalizado é um exemplo típico do que falo: iniciado numa gestão e destruído na seguinte.

. O aeroporto da Serrinha, dimensionado para uma cidade pequena. Para resolver, criamos o Aeroporto Internacional de Goianá / Rio Novo, que não é uma solução, senão outro problema.

. As obras da BR-440 já completam 10 anos num trecho de poucos quilômetros, muitos equívocos e suspeitas de malversação de verbas públicas. E por aí vai.



Esses são momentos gloriosos da nossa “apequenação” histórica. Nós que temos na nossa genética, a coragem e a grandeza – entre outros - de Bernardo Mascarenhas, de Antônio Dias, de Henrique Halfeld, de Murilo Mendes, de Alfredo Ferreira Lage, de João Carriço, de Arthur Arcuri, de Constança Valadares, de gente que tinha culhões.

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