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25 de dezembro de 2013

POR UMA NOVA CRENÇA



Não quero discutir a existência de um deus, seja ele Thor, Osíris, Jeová ou qualquer outro. Essa diversidade de nomes e formas me parece a eterna mania do ser humano de se referir à sua própria incapacidade de se explicar. Mudam as eras, os lugares, mas permanece a angústia.

Quero apenas colocar a questão numa outra perspectiva.

Aqui onde vivo (Minas, Brasil, América, Ocidente) a maioria esmagadora (e põe esmagadora nisso) professa a fé em Cristo, filho homem de Deus.
Não é novidade que essa história tem seus fundamentos numa região e num tempo distantes de nós, quando uma tribo de nômades fez seus primeiros pactos com Javé.
Os eventos mais antigos dessa crença datam de cerca de quatro mil anos atrás (ou dois mil antes de Cristo), quando sequer havia escrita. As tradições foram transmitidas de boca a boca, à luz das fogueiras nas solitárias noites no meio do deserto, quando o patriarca contava essas histórias aos seus.

Naquele tempo – e até recentemente – acreditava-se que o céu era uma abóbada, uma redoma que cobria um prato sustentado por uma tartaruga gigante. Tudo que existia teria sido criado por alguma entidade superior que também controlava a vida e a morte segundo seus interesses e normas.
Nossos ancestrais desenvolveram mecanismos de relacionamento com essas divindades que supunham a repetição de frases e fórmulas, oferendas e sacrifícios – inclusive humanos. Tudo para conseguir benefícios, curas, fortuna, aplacar sua fúria e eventualmente uma vingança contra o inimigo infiel.

Justificável aceitar que gente tão desprovida de informação e ciência tenha se dedicado a tais práticas religiosas. O que esperar de quem só conheceu na vida um pouco de areia?

E aqui chegamos ao ponto.
Difícil é entender que quatro mil anos depois, com tudo que sabemos sobre o universo, a matéria, a vida e o ser humano, tenhamos nossa dimensão de religiosidade ainda presa a crenças primitivas como aquelas.   

Ainda repetimos frases mágicas, acendemos velas, fazemos oferendas (comumente em dinheiro) e sacrifícios, na intenção de controlar as vontades divinas e conseguir delas algum benefício.
Acreditamos que uma água tem poder, comemos o corpo e bebemos o sangue do nosso Deus confiando que assim ele estará em nós.

E o mais grave (e o que realmente me incomoda), desprezamos nossa capacidade de perguntar sobre a autenticidade disso tudo, porque esse é o maior pecado de todos, a dúvida. Por ele, perdemos o paraíso.


Não quero discutir a existência de Deus, mas apenas faço a seguinte provocação: você se lembra quando foi e por que começou a acreditar nEle?

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