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8 de junho de 2014

ETERNIDADE


Dizem os cosmólogos que conhecemos apenas 10% de tudo. 10% de um multiverso tão grande quanto o nosso é muita coisa, mas 90% é nove vezes mais. Ou seja, não sabemos muito mais que sabemos. Daí, é importante sempre deixar a possibilidade de que qualquer teoria, por mais absurda que seja, esteja correta e seja comprovada daqui a uns mil anos. E depois, mais mil anos adiante, seja desmentida.

Eu gosto de acreditar que existe vida após a morte e que os espíritos continuam conectados a este mundo dos vivos. Gosto de acreditar, mas não acho que seja verdade.

Sendo assim, pelo benefício da dúvida, faço planos para minha vida pós morte. Eu não sei o que eu vou ser quando crescer, mas já tenho um desejo do que vou ser depois que morrer: quero ser assombração.
Ora, eu sou comediante, gosto do que faço e quero fazer isso uma parte da eternidade. E, de tudo que sei sobre as possibilidades na vida eterna, ser assombração me parece a mais divertida.

Está nos meus planos puxar o pé de crianças e esconder debaixo da cama deles depois que a luz apaga. Eles gritam pela mãe e eu simplesmente desapareço.
Também quero aparecer no reflexo do espelho de ex-esposas e sumir deixando elas confusas sobre o significado daquela visão.
Outra atividade que me parece pândega é fazer barulho nos teatros velhos. Bater portas, janelas, soltar frases sem sentido, subir e descer varas.  
Imagine aparecer num terreiro e fazer previsões absurdas sobre a vida de umas pessoas? Ou possuir um pastor que está tentando exorcizar um crente?


Minha eternidade não tem nada de descanso. Quero continuar na farra.

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