Quase metade da população
brasileira politicamente ativa considera que a nossa democracia poderia
funcionar melhor sem partidos e sem congresso. Ouvi isso do cientista político
José Álvaro Moisés no Manhattan Connection dessa semana.
Eu estou entre esses. Não sei
como seria o modelo alternativo, mas esse, definitivamente, não funciona.
Exceto para beneficiar os grupos que se alternam no poder.
E foi exatamente isso o que milhões
de manifestantes gritaram nas ruas ano passado, no maior movimento popular
espontâneo que se tem notícia: a democracia representativa no Brasil está
falida.
E daí? Aconteceu alguma
coisa? Nada.
Timidamente, falaram de uma reforma
política que só acomodaria as regras na intenção de favorecer ainda mais
aqueles que fazem essas regras e as preservam. Exatamente aqueles em que ninguém
confia, os que sustentam uma democracia em que metade da população diz não
acreditar.
E o povo vai às urnas como
quem é convidado à mesa onde é servido um cardápio indigesto. Nenhum dos pratos
é tolerável, mas o povo tem fome, e vai comer um deles porque é obrigado.
Por esse caminho, nada de
importante vai mudar. Exceto o que acontece pelo esforço do indivíduo. Em outra
pesquisa recente, a população disse que espera de Deus ou do próprio trabalho.
Não espera mais que os governos resolvam seus problemas.
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