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19 de agosto de 2014

BANQUETE INSOSSO




Quase metade da população brasileira politicamente ativa considera que a nossa democracia poderia funcionar melhor sem partidos e sem congresso. Ouvi isso do cientista político José Álvaro Moisés no Manhattan Connection dessa semana.

Eu estou entre esses. Não sei como seria o modelo alternativo, mas esse, definitivamente, não funciona. Exceto para beneficiar os grupos que se alternam no poder.

E foi exatamente isso o que milhões de manifestantes gritaram nas ruas ano passado, no maior movimento popular espontâneo que se tem notícia: a democracia representativa no Brasil está falida.

E daí? Aconteceu alguma coisa? Nada.
Timidamente, falaram de uma reforma política que só acomodaria as regras na intenção de favorecer ainda mais aqueles que fazem essas regras e as preservam. Exatamente aqueles em que ninguém confia, os que sustentam uma democracia em que metade da população diz não acreditar.

E o povo vai às urnas como quem é convidado à mesa onde é servido um cardápio indigesto. Nenhum dos pratos é tolerável, mas o povo tem fome, e vai comer um deles porque é obrigado.

Por esse caminho, nada de importante vai mudar. Exceto o que acontece pelo esforço do indivíduo. Em outra pesquisa recente, a população disse que espera de Deus ou do próprio trabalho. Não espera mais que os governos resolvam seus problemas.

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