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6 de março de 2009

QUADRÚPEDES



A palavra "trote" se refere a uma certa forma de se movimentar dos cavalos, uma andadura que se situa entre o passo (mais lento) e o galope (mais rápido). Todavia, deve ser lembrado que o trote não é uma andadura normal e habitual do cavalo, mas algo que deve ser ensinado a ele (muitas vezes à base de chicotadas e esporadas). Da mesma forma, o calouro é encarado pelo veterano como algo (mais que um animal, mas menos que um ser humano) que deve ser domesticado pelo emprego de práticas humilhantes e vexatórias; em suma, o calouro deve "aprender a trotar".

As universidades deveriam ser os centros de reunião de nossas elites intelectuais, mas a prática do trote - entre outras - revela que o vestibular não é um filtro de civilidade, de inteligência e de boa educação.

Alunos novatos são chicoteados, pisoteados, embriagados, lambuzados com ovos podres e fezes. Certos casos são fatais por pancadas, afogamento e envenenamento.

Me dá uma tristeza profunda ver adolescentes achando a maior graça de andar com roupas rasgadas, fendendo a urina, recolhendo esmolas - como verdadeiros mendigos intelectuais - para subsidiar a bebedeira dos veteranos.
A tristeza passa a angústia quando vejo pais e mães incentivando e apoiando tais atitudes.

Essa prática deve ser banida radicalmente, por força de lei, de regimento universitário, por campanhas educativas. Desde o primeiro momento de suas carreiras os estudantes devem ter lições de civilidade e boas maneiras.

Eles serão os futuros líderes da sociedade, médicos, juízes, jornalistas, políticos, empresários. Pelo futuro da sociedade é primordial que eles aprendam a diferença entre gente e cavalos. Se eles se tratam como equinos, assim tratarão seus futuros clientes.

SUGESTÃO PARA O CABELINHO
Adotar a campanha: contribuir com dinheiro para trote é estimular a ignorância.



UMA PROPOSTA DE GREVE

Sou contra a greve que transforma o povo em refém de campanhas salariais. Se o trabalhador acha que ganha pouco, tudo bem. Que a pressão atinja então a fonte pagadora, o patrão.
No caso da discussão sobre a paralisação dos motoristas e cobradores tenho uma proposta radical: por que, ao invés de suspender o serviço, não liberam a roleta? Aí sim, vão atingir diretamente o bolso dos empresários sem penalizar o pobre do povo que já sofre com o preço e a má qualidade do serviço.


Enquanto isso, o procurador do município promete um "clareamento prefacial".
Ouvi dizer que no Salão do Jesus & Ulisses esse tratamento está em promoção.


DROPS CHUPADOS

VIADUTO DAS ALMAS EMPENADAS
Imagem aérea do MIGETEVÊ
Viaduto alternativo ao malfadado vai de nada a lugar nenhum. Ou talvez ligue o purgatório ao limbo.


BANDALHEIRA ANISTIADA
Despesas com a verba indenizatória serão transparentes, mas só a partir de abril. O passado, ah... esqueça.


A CULPA É DO PUXADINHO
Estádio Municipal continua interditado. Puxadinho do Zeduardo está sendo chamado de Cobertor Peleja: cobre a cabeça, descobre o pé.

4 comentários:

  1. Olá Gueminho!
    Concordo plenamente com voce quanto a essa prática que a maioria considera de "boas-vindas": o trote. Já passei por isso estando dos dois lados. Há alguns anos, enquanto caloura do curso de psicologia, me senti humilhada com tamanha idiotice; um desrespeito a minha liberdade de escolha e minha dignidade. Baseado nessa experiencia vexatória, eu e minha turma, agora já veteranos, pensamos exatamente que, enquanto futuros psicólogos, portanto, profissionais que pensam no bem-estar e promoção do ser humano, não poderíamos adotar essas atitudes. Resolvemos, então, propor uma prática diferenciada. Organizamos uma confraternizacao, gincana, trote solidario... essas coisas civilizadas. Os nossos calouros? não gostaram! preferiam as tais bestialidades...
    Infelizmente, muitos ainda preferem evitar a reflexão e atos humanos! Até no curso de psicologia...


    Tbem achei otima a idéia das roletas livres...

    abraco

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  2. Aproveita e manda mais uma pro Cabelinho, Guemo: Lamber botas de Ricardo Fortuna, Carapinhas e afins é, parafraseando Gabeira, um gesto de inimizade para com o povo juizforano.

    E quanto ao texto do trote: aplausos de pé. O principal entrave à extinção dessa pobreza é - PASMEM!!! - o fato de os próprios calouros acharem o máximo. Quando eu passei no meu vestibular, o diretor da faculdade de direito da UFJF proibiu expressamente o trote, tanto que não levei, mas meus colegas neófitos fizeram questão absoluta de seu rito de passagem e foram, junto com os veteranos, curtir a babaquice no calçadão.

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  3. Isto mesmo, mais uma vez vc esta coberto de razão.

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  4. Todo mundo alegre, donos de postos de gasolina, donos de estacinamento e os empresarios que não estão gastando combustivel.
    E a unica radio FM local no seu jornal da manhã so fala da crise dos EUA

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