Se você acha que Marco Feliciano está acuado ou se sentindo
ameaçado, em minha opinião você está enganado. Se ele é a pessoa esperta que eu
imagino, está adorando toda essa "perseguição" de ativistas e da
mídia. Cada agressão que recebe se converte em mais mil votos do seu rebanho.
Ele agora é um líder e um mártir da causa fundamentalista evangélica.
Marco Feliciano não é um. São milhares e milhares
representados por ele. Qualquer pesquisa vai confirmar que uma parcela imensa
da população pensa exatamente como ele, com todos os cruéis detalhes de
preconceito e ódio.
O que podemos colher de positivo desse evento é a necessidade
de criar regras constitucionais para a definição do Estado Laico. Padres e
Pastores até podem (?) ocupar cargos de qualquer esfera do poder, porém jamais tratar
sua função como atividade clerical, porque a opção de fazer parte de uma seita
é individual e não nacional.
Nenhuma lei pode ser escrita com base na fé de uns, ou
inspirada em textos considerados sagrados, porque não há nenhuma evidência
lógica, histórica ou científica de sejam verdades absolutas e inquestionáveis.
Precisamos de uma ética que prescinda de um deus.
As igrejas devem ser tratadas sem privilégios, como
empresas. Um negócio como outro qualquer. Pagar impostos, declarar receitas.
Esse é um começo.
Estamos num momento crítico para a sociedade brasileira. Acho
delicado e perigoso o avanço, a expansão e o crescente controle que essa
retrógrada mentalidade religiosa vem assumindo nos meios de comunicação, nas
esferas de poder e no número de clientes. É hora de questionar sua legitimidade
e exigir um país que tenha fé no respeito à diversidade e à igualdade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário