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1 de setembro de 2013

GRANDES PALAVRAS


Todo comediante sabe que muita gente tem rejeição ao palavrão. Mesmo assim eu insisto em defender seu uso. Considero o palavrão uma peça do vocabulário como outra qualquer, tendo seu uso aplicável no momento apropriado, como outro vocábulo qualquer.
Mas para a maioria não é assim. Os palavrões pertencem a uma categoria maldita. É mal educado dizê-los, é ofensivo ouvi-los.

Alguma vez você já pensou por quê?

Entre outros possíveis motivos, me parece que se trata de uma rejeição indireta ao sexo uma vez que todos os palavrões fazem referência a órgãos e ações sexuais: cu, caralho, buceta, filho da puta e por aí vai.
Do mesmo modo, órgãos sexuais (e periféricos) e ações sexuais são igualmente reprimidos. Também é ofensivo e desagradável falar sobre e mostrar imagens dos mesmos.

Por entender então que sexo e palavrão fazem parte do mesmo pacote de reprimíveis eu vou tratar como uma coisa só.

Estamos diante de um paradoxo absurdo. O sexo é talvez a pulsão mais importante para os seres vivos que se reproduzem através dele. É o que garante a existência da espécie. E as genitálias são ainda o instrumento mais eficiente e comum para operar esse sistema reprodutivo. E o prazer no sexo, me parece ter sido um dispositivo que a evolução inseriu para motivar os seres à reprodução. E apesar disso, tenta-se criar um mundo onde as palavras e as imagens são assexuadas?

Entre outros motivos, essa repressão tem origem na nossa cultura religiosa que por séculos nos convenceu que sexo é sujo e pecaminoso.

Serão necessários outros séculos para encontrar um caminho saudável para lidar com essa questão. Comece agora, na sua cabeça, no seu micro universo. As crianças do século XXV lhe serão gratas.

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